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UBI assinala Semana Internacional do Cérebro
Carla Sousa · quarta, 30 de mar?o de 2016 · UBI A Universidade da Beira Interior, com o apoio da Banda da Covilhã, associou-se mais uma vez às celebrações da Semana Internacional do Cérebro, com um conjunto de palestras sobre os efeitos da aprendizagem da música. A iniciativa decorreu nos dias 19 e 20 de março, nas instalações da Banda da Covilhã, e nela ficou patente a importância da música para o estímulo deste órgão, que apresenta ainda alguns mistérios para a ciência. |
Eduardo Cavaco discursa no âmbito das celebrações da Semana Internacional do Cérebro |
21965 visitas Segundo a coordenadora da organização, Graça Baltazar os principais objetivos do evento foram "chamar a atenção do público em geral para os temas ligados ao cérebro, neste caso tinha mais a ver com a importância da aprendizagem da música, mas já houve situações mais direcionadas para os mais velhos, por exemplo, em que falámos da importância de desenvolver atividades que contrariem o envelhecimento cerebral". Por outro lado, também existe a necessidade de "discutir e transmitir às pessoas que há uma série de atividades que podem ser benéficas para o cérebro, assim como, também existem outras que podem ser prejudiciais. Quanto mais as pessoas estiverem informadas, melhor, mais podem contrariar os efeitos menos bons e melhorar os mais positivos", refere a docente da UBI. De acordo com o presidente da Banda da Covilhã, Eduardo Cavaco, "a música é fundamental para qualquer criança e adolescente, torna-as mais felizes e ajuda-as a desenvolver muito mais as suas capacidades quer ao nível cognitivo, das emoções, e dos comportamentos. E isso acontece todos os dias na Academia de Música da Banda da Covilhã". A neurologista Assunção Vaz Patto, uma das palestrantes, explica que existem pessoas que "têm a perceção da música em simultâneo com a visão de cores, portanto ouvem os sons e vêm cores em simultâneo". Este episódio dá pelo nome de sinestesia e consiste "numa alteração a nível cerebral em que há ligações que não deviam existir e que existem, ou então a inibição de determinadas áreas do cérebro que não é feita e portanto essas áreas funcionam quando não deviam funcionar. Quando ouvimos é só a nossa parte auditiva do cérebro que funciona, quando vemos é só a parte visual e nesse caso parece que as duas áreas estão ligadas ao mesmo tempo e são estimuladas em simultâneo". A também docente da UBI adianta ainda que a técnica de ouvir música está a ser utilizada "em doentes com demências graves para os fazer recordar e portanto para reestabelecerem memórias que são perdidas. Há muitos doentes que já não conseguem falar, mas que se lembram das músicas que estão a ouvir e têm um reconhecimento das mesmas. Também em termos emocionais para muitas pessoas a música funciona como uma forma de acalmar e nos doentes que estão mais desorientados pode funcionar como uma âncora", acrescenta. Apesar dos avanços da ciência, a médica admite que "o cérebro ainda é um mistério enorme, a noção que se tem é que por exemplo há campos que estão muito pouco estudados e que neste momento estão a voltar a aparecer, nomeadamente as experiências pós morte que se pensava que eram situações epiléticas, mas que parecem ter toda uma outra explicação". De resto, defende que "a aposta na prevenção das doenças neurológicas é o mais importante". A iniciativa contou ainda com várias atividades para as crianças e com a participação de Filipa Lã, da Universidade de Coimbra e de Graça Esgalhado, da UBI. |
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