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Seminário reúne docentes da Universidade de Valladolid e da UBI
Carla Sousa · quarta, 6 de abril de 2016 · @@y8Xxv O seminário intitulado de "Visões sobre Intervenção no património edificado" reuniu, no passado dia 30 de março, na Universidade da Beira Interior (UBI), docentes provenientes da Universidade de Valladolid e da UBI para discutirem a problemática sobre o património edificado, numa perspetiva de trazerem novas visões sobre a temática aos estudantes de Arquitetura. |
João Lanzinha durante o seminário |
22001 visitas Esta iniciativa foi organizada no âmbito da unidade curricular de Projeto III/2 e pretende trazer “novos contributos para os alunos, novas visões. É no fundo não terem a visão única e exclusiva dos docentes da unidade curricular, mas sim de pessoas externas à disciplina e à própria universidade. Várias colaborações, de várias áreas, todas elas multidisciplinares, concentradas no grande guarda chuva que é a Arquitetura”, afirma Jorge Marum, um dos docentes responsáveis pela organização do evento. O docente da Universidade de Valladolid, Eduardo González Fraile, foi o primeiro a usufruir da palavra para abordar a temática sobre “Arquiteturas industriais: implantação e programa”. Na sua intervenção, destaca a importância arquitetónica que os edifícios industriais possuem e que por vezes não são aprazíveis aos olhares humanos. “Os edifícios industriais que às vezes não apreciamos têm um ensino arquitetónico muito importante. São um património arquitetónico irrepetível em todas as questões, porque nascem da revolução industrial e dos tempos da ilustração, através de uma planificação dos edifícios, de como colocá-los nas cidades e como desenvolvê-los arquitetonicamente”, conta. Outro dos convidados do seminário a partilhar a sua experiência com os estudantes foi o professor do Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura da UBI, João Lanzinha. Com o tema assente nas “Reflexões sobre a reabilitação de edifícios industriais na cidade da Covilhã”, defende que o futuro da construção, também na Covilhã, passa pela reabilitação de edifícios. “Nós tivemos um período em que construímos muito, edificação nova, tal como aconteceu no resto do país, e agora chegou a altura de nós afinarmos e alinharmos por aquilo que é a experiência na Europa, que é reabilitar os edifícios”. Fazendo referência aos lanifícios que outrora foram uma marca de referência da cidade da Covilhã considera que deve ocorrer o aproveitamento arquitetónico dos seus espaços industriais. “Já que estamos numa cidade que a sua tradição são os lanifícios também podemos agora rematar os espaços, renová-los, reabilitá-los, isso está a acontecer um pouco, mas é preciso mais dinâmica nesse sentido . Eu não acredito que vamos ter dinheiro para fazer mais infraestruturas, portanto temos que ir mantendo aqueles que estão e fazer essa aposta”, refere. Dá, ainda, o exemplo daquilo que acontece em determinados países, no âmbito da revitalização. “Nos países mais ricos, os seus investimentos em construção chegam a atingir 50 por cento na área da reabilitação e da manutenção dos edifícios e nós não nos podemos desfazer daquilo que é um património muito importante, portanto nós se também quisermos ser um país evoluído temos que investir nesse domínio”, remata. Assim, aponta a sensibilização de particulares, a realização de parcerias entre aqueles e entidades públicas, bem como o aproveitamento de fundos comunitários para que a reabilitação de infraestruturas seja uma realidade cada vez mais premente. ”É preciso criar parcerias entre as entidades públicas e os privados, é preciso desmistificar alguma ideia que será mais caro reabilitar do que construir de novo, portanto há um caminho de sensibilização, há um caminho de criar parcerias e aproveitar também fundos comunitários que existem”. Para a presidente do Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura (DECA), Cristina Fael, “a partilha de experiências entre docentes de universidades diferentes, que terão visões diferentes, esse espírito crítico e essas conclusões são de extrema relevância para os alunos e para os professores também”. Por sua vez, Eduardo González Fraile diz que “o intercâmbio entre universidades é muito importante porque cada um estuda e desenvolve determinadas áreas e por vezes não temos a oportunidade de ver outras coisas. Assim sendo, com o maior nível de conhecimentos possível, melhor vamos saber relacionar o que se passou”. Nesta ação participaram também Salvador Mata e Fernando Zaparaín, ambos da Universidade de Valladolid e Miguel Santiago, da UBI. Ainda no âmbito do evento, decorreu no dia 31 de março uma sessão crítica dos trabalhos dos discentes. |
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