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Antiga estudante de Arquitetura da UBI ganha Prémio Távora
Carla Sousa · quarta, 13 de abril de 2016 · @@y8Xxv Maria Neto, antiga estudante de Arquitetura da Universidade da Beira Interior (UBI), conquistou, este ano, a 11.ª edição do Prémio Fernando Távora, que é atribuído pela Ordem dos Arquitetos - Secção Regional do Norte. A proposta que fez com que arrecadasse esta distinção designa-se "As cidades invisíveis de Dadaab" e foca-se num campo de refugiados, situado no Quénia, que é considerado o maior do mundo. |
Projeto vencedor incide sobre um campo de refugiados no Quénia, tido como o maior do mundo |
22001 visitas De acordo com a arquiteta, o projeto apresentado pretende, “por um lado, tentar perceber a questão do abrigo de emergência e por outro, entender todas estas estratégias de intervenção de emergência relacionadas com as organizações no terreno que fazem o planeamento e a gestão destes campos”. Apesar de considerar que “não existe uma solução para resolver todos os problemas associados à questão do abrigo e planeamento de campos de refugiados e deslocados”, salienta a importância do envolvimento do profissional de Arquitetura nesta temática do espaço físico de acolhimento dos refugiados, que podem melhorar as condições de vida dos cidadãos alojados nestes abrigos. “O envolvimento e a investigação por parte do arquiteto, que é por natureza o pensador da casa e da cidade, contribuirá para pelo menos explorar estas estruturas socio espaciais que são de certa forma indefinidas porque não chegam a ser cidades, porque não têm caraterísticas de uma urbe, apenas em território e população, e que com certeza permitirá melhorar a vida de milhões de refugiados nestas condições”, reconhece. Foi com surpresa que Maria Neto recebeu a notícia da sua distinção e assume que estas questões do abrigo para pessoas refugiadas têm passado um pouco despercebidas à sociedade. “Fiquei muito surpreendida. Apesar de que cada vez mais a Arquitetura está com um olhar mais atento sobre o papel social do arquiteto, e mesmo tendo em conta que estamos agora a receber este movimento em massa de refugiados aqui na Europa. Estas questões já existem há muito tempo e de certa forma foram sempre invisíveis”, confessa. O concurso recebeu 17 candidaturas e a atribuição deste prémio já acontece desde 2005. A também investigadora da Universidade do Porto terá oportunidade de desenvolver o seu projeto no campo de refugiados, uma vez que recebeu uma bolsa de viagem no valor de 6000 mil euros para esse efeito. Os resultados do estudo serão tornados públicos no dia 3 de outubro, dia em que se assinala o Dia Mundial da Arquitetura, na Câmara Municipal de Matosinhos. |
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