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Antigo aluno da UBI funda spin-off para desenvolver conservante natural
Carla Sousa · quarta, 15 de junho de 2016 · @@y8Xxv Emanuel Dinis, antigo aluno de Ciências Biomédicas da Universidade da Beira Interior (UBI), está a desenvolver, na Irlanda, um conservante para bebidas naturais que permite prolongar a sua validade, sem adulterar as propriedades nutricionais do produto, e com garantias de segurança e eficácia. |
Emanuel Dinis (à esquerda) juntou-se a dois canadianos para criar a Chinova Bioworks |
21972 visitas O jovem mestre em Ciências Biomédicas encontra-se a lançar a sua empresa, a Chinova BioWorks, que é uma spin-off de uma instituição canadiana produtora de quitosano, juntamente com mais dois colegas oriundos do Canadá. Emanuel Dinis explica que “tudo começou com o polímero natural, o quitosano, que tem propriedades antimicrobianas que já estão escritas em literatura, nós apenas estamos a tentar focar determinados pesos moleculares de quitosano para combater as anti bactérias que vemos no sumo”. Neste momento, a principal aplicação do conservante vai ser mesmo nas bebidas naturais, devido às dificuldades de conservação daquelas, no entanto no futuro pondera empregar o quitosano noutros produtos.“Para já estamos a focar-nos em bebidas naturais, é o nosso primeiro alvo em termos de combate porque sabemos que é um dos pontos fracos das empresas, que têm problemas com este tipo de bebidas que têm uma curta validade devido ao crescimento de microrganismos, mas pretendemos ao longo do tempo direcionar o nosso produto para o mercado das bebidas em geral, depois para a comida, e até para os cosméticos ou indústria farmacêutica”, admite. Na União Europeia, o quitosano carece ainda de regulamentação específica para poder ser utilizado como conservante de bebidas, pelo que o investigador assume que está a reunir esforços para que o seu uso seja uma realidade neste território, já que garante que se trata de um conservante totalmente seguro. “Atualmente, o quitosano tem estatuto de poder ser utilizado como conservante alimentar em países como a China ou o Japão. Na União Europeia ainda não existe aprovação para ser usado como um conservante de bebidas, mas nós estamos a tratar desse tipo de regulamentação, porque é totalmente eficaz, natural e seguro, uma vez que já é aplicado noutro tipo de alimentos nos Estados Unidos e Norte da América”, afiança. No presente ano, a Chinova Bioworks foi selecionada para fazer parte do IndieBio, que é considerado o maior programa de aceleração de empresas de biotecnologia do mundo, o que permitiu dar um impulso a esta ideia de negócio. “Foi sem dúvida uma mais-valia porque o IndieBio proporciona-nos não só todo o momento associado à parte de negócios, mas também faz a relação com a parte biotecnológica, o que é sem dúvida uma vantagem. Para além disso, temos acesso a um grupo de investidores, que nos proporcionou os 100 mil dólares para criar o nosso produto mínimo viável no início deste projeto”, considera. O também responsável científico da Chinova adianta que já existem três empresas interessadas em adquirir o produto, o qual até ao final do mês de junho ou início de julho deve estar em condições de lhes ser entregue.“Estabelecemos agora duas parcerias, uma com uma empresa japonesa e outra com uma europeia, estamos em negociação com uma terceira, localizada na América do Norte, pretendemos no final deste mês, início do próximo ter o nosso produto mínimo viável para conseguir entregar a estas empresas”, assegura. O mestre em Ciências Biomédicas reconhece que o espírito empreendedor teve início na UBI, onde enquanto estudante participou numa das edições do CEBT Ibérico (Competências Empreendedoras de Base Tecnológica), que integrou o Projeto INESPO (Innovation Network Spain-Portugal”, liderado pela academia covilhanense. “Toda a aprendizagem que realizei na UBI, incluindo as duas unidades curriculares de Empreendedorismo, deram-me os conhecimentos básicos para conseguir pensar como uma pessoa de negócios, pensar em como uma ideia biotecnológica pode ser concretizável e ajudar a sociedade”, afirma. “Para além disso, eu participei no CEBT que também proporcionou uma forte componente no meu crescimento a nível empreendedor, com o planeamento e construção do modelo de negócios”, acrescenta. |
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