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Divisão de pontos que não evita frustração
João Botão dos Santos · quarta, 11 de outubro de 2017 · Desporto A Associação Desportiva do Fundão, numa tarde infeliz, empatou com a equipa do Futsal Azeméis. A jogar em casa os comandados de Bruno Travassos chegam ao empate a apenas 15 segundos do final da partida |
Mário Freitas num dos muitos remates à baliza de Gerson |
21968 visitas Bola ao centro da quadra, cinco jogadores de um lado de branco e bourdeaux a representar a equipa da casa, do outro lado da quadra cinco jogadores forasteiros de azul. A Associação Desportiva do Fundão recebeu, no passado sábado, para a quinta jornada da Liga SportZone, a equipa oriunda de Oliveira de Azeméis (Futsal Azeméis), num jogo em que apesar do domínio dos comandados de Bruno Travassos foram os nortenhos a estar à frente do marcador mais de 22 minutos, com o empate a surgir dos pés de Mário Freitas a apenas 15 segundos do apito final. Uma divisão de pontos que agrada mais aos forasteiros. A Desportiva do Fundão, a jogar perante o seu público, quis pegar nas rédeas do jogo desde o primeiro segundo. Encontrava pela frente uma equipa matreira e com jogadores com muitos anos de experiência de futsal ao mais alto nível. Antevia-se que os nortenhos defendessem a sua baliza com as linhas baixas, apostando no erro do Fundão, e a profecia tornou-se realidade. O Fundão exercia uma pressão alta sobre a equipa do Futsal Azeméis que mostrava muita dificuldade em passar a linha divisória do meio campo com a bola controlada. Apesar da muita posse de bola e da pressão alta os comandados de Travassos mostravam-se pouco expeditos e apresentavam falta de ritmo com a bola nos pés, sendo que contra a corrente do jogo, foi Paulinho Roxo, experiente jogador do Azeméis, o primeiro a criar perigo num contra ataque rápido, valeu a atenção de Abdul. O lance, em conjugação com a rotação de jogadores em ambas as equipas, até agitou a partida, mas a lesão de Pirulito voltou a quebrar o ritmo. O Fundão que se podia “gabar” de ter no seu plantel três jogadores para a posição de fixo, via-se neste momento com nenhum disponível para dar o seu contributo. Eskerda castigado na derrota caseira frente ao campeão Sporting e Erik lesionado a meio da semana eram baixas certas para Travassos que tinha pela frente um novo contratempo. A verdade é que os jogadores da Desportiva não viraram a cara à luta. Os fundanenses continuavam a exercer uma grande pressão sobre os adversários que não tinham espaço para “respirar” e em dois lances o golo esteve muito próximo. Primeiro foi Ricardinho, que depois de uma recuperação de bola de Pauleta rematou para as “nuvens”; logo de seguida o capitão Couto que recuperou a bola no centro da quadra e de pronto assistiu Pauleta que rematou com muito perigo. Na resposta foi novamente Paulinho Roxo que apareceu livre de marcação na esquerda do ataque e quase conseguiu um chapéu a Rafa Abdul. Os minutos passavam e o Fundão continuava por cima no encontro, o guarda-redes da casa era mero espectador e o golo voltou a rondar a baliza de Gerson. Livre na esquerda do ataque fundanense, jogada estudada com Ricardinho a assistir Gui que só não faz golo devido a uma defesa de puro instinto do guarda-redes nortenho. O lance acordou os comandados de Ricardo Canavarro, que respondiam aos ataques lentos e falta de incisão do Fundão com boas trocas de bola e remates inesperados. E é já perto do intervalo que chega o primeiro tento da tarde. Jogada individual de Pauleta que leva tudo na frente e só é parado por Gerson que lança de pronto um contra ataque rápido conduzido por Eli, que por sua vez assiste Emerson que consegue desviar de Abdul e rematar. Couto ainda tentou o corte mas foi em vão, a bola ia mesmo ao encontro das redes. Estava feito o primeiro da tarde, e o Azeméis ia para o intervalo na frente do marcador. Era esperado que o Fundão regressasse do descanso mais expedito e com uma maior incisão na hora de finalizar os seus ataques. A verdade é que a toada se mantinha, fundanenses com maior posse de bola e Azeméis a defender bem a sua baliza. Nas bancadas ouvia-se: “Este não é o dia da Desportiva”, e de facto, não o estava a ser. Exemplo disso foi a boa jogada coletiva finalizada por Gui que apareceu na cara do golo e com um remate cruzado quase fez o gosto ao pé: a bola passou a centímetros do poste. Márcio, atleta que antes do início da partida recebeu pelas mãos de Rui Quelhas, presidente da Desportiva do Fundão, o prémio de melhor jogador da Associação de Futebol de Castelo Branco, tentava pegar nas rédeas do jogo, mas parecia que o “maestro” de serviço tinha perdido a sua batuta. O Fundão continuava a ter muita bola, mas pouca acutilância e discernimento na hora de decidir e com a passagem dos minutos gerava-se a desconcentração total. Perante a situação Bruno Travassos decidia colocar a “carne toda no assador” e colocou em campo, ao mesmo tempo, quatro alas, Pauleta, Márcio, Danny e Mário Freitas mostravam-se inconformados e os dois últimos colocaram em sentido o guardião Gerson. Com a aproximação dos minutos finais, Bruno Travassos decidiu entregar o cartão na mesa do terceiro árbitro pedindo o seu minuto de desconto, onde preparou o ataque às redes contrárias com cinco jogadores de campo. Era tempo de avançar para a estratégia do cinco para quatro* (continuado) e Mário Freitas vestia de roxo. Apesar da paciência na troca de bola a frustração era visível nos rostos fundanenses que viam o tempo chegar perto fim. Mas como a essência do futsal é precisamente o espetáculo, os espectadores não podiam ir embora sem ver novo golo. Mário Freitas encontrou a batuta que Márcio perderá, encheu-se de fé e num remate de raiva conseguiu restabelecer o empate a 15 segundos do fim da partida, para gáudio dos fundanenses nas bancadas. Nos últimos segundos o Fundão ainda tentou o milagre da reviravolta, mas o tempo não foi suficiente. “Se no princípio do jogo me dissessem que íamos aqui empatar, eu assinava, agora no fim sofrer um golo a 15 segundos do fim depois de estar a vencer a maior parte do tempo fico triste”, avançou Ricardo Canavarro, treinador do Futsal Azeméis no final da partida, replicando que por outro lado fica contente por aquilo que a sua equipa conseguiu fazer. “Jogamos contra o melhor Fundão de todos os tempos, na minha opinião, uma equipa muito bem organizada”, adiantou, completando que a sua equipa “soube interpretar o jogo de uma forma correta e soube em todos os momentos do jogo fazer aquilo que lhe foi pedido”. Por seu lado Bruno Travassos, treinador da Desportiva do Fundão, não tem dúvidas que a sua equipa perdeu dois pontos no encontro. “De um modo geral jogámos contra uma equipa que não quis jogar, quis defender e faltou-nos alguma intensidade para conseguirmos criar desequilíbrios numa equipa que defendeu sempre nos 20 metros”, adiantou o treinador que apesar de se ver sem nenhum dos seus três fixos não quer ouvir falar em desculpas. “Temos de saber viver com o estar a ganhar e com o estar a perder. E temos de conseguir ter o discernimento para nestes momentos ter a mesma intensidade e o mesmo foco”, confessou o técnico que considera a sua equipa melhor que o adversário, mas como o próprio afirma, “isso não chega, é preciso marcar mais golos que o adversário”. Apesar da divisão de pontos, a Desportiva do Fundão encontra-se na oitava posição, ainda num lugar de play-off. A próxima jornada devido à presença do Sporting de Braga/AAUM na Eufa Futsal Cup não se realizará no próximo fim-de-semana, sendo que o Fundão volta a subir à sua quadra para defrontar o Sport Lisboa e Benfica, no dia 21. |
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