Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Cultura, a anfitriã
Márcia Soares · quarta, 18 de outubro de 2017 · @@y8Xxv O colóquio “Cultura(s): Percursos, definições, desafios” decorreu na UBI no passado dia 12 de Outubro. A iniciativa durou todo o dia, contando com a participação de professores convidados. |
Colóquio de Cultura |
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O evento surgiu como uma oportunidade para lançar formalmente o mestrado de Estudos de Cultura, aprovado em fevereiro pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior. O curso entrou em funcionamento no mês passado, na sequência da criação da licenciatura naquela área em 2012.
Dividido em três eixos de actuação, consubstanciados em três mesas de trabalho, o colóquio iniciou-se com a temática dos desafios (em que termos se pode intervir a partir da cultura), das definições (saber se existe uma identidade cultural regional neste território) e dos percursos (de pessoas e instituições que trabalham na área cultural). Para o moderador Urbano Sidoncha, as mesas desta sessão vêm dar densidade à ideia de percurso, explicando que “num mestrado faz sentido sinalizar para os potenciais candidatos quais são as nossas linhas de força e nós identificamos três: empreendedorismo cultural, cultura e expressões artísticas (que é a corrente mainstream), e políticas culturais, que é uma área de investigação sobre a qual ainda há muito por fazer”.
O referendo sobre a independência, a Catalunha foi o ponto de partida para a comunicação sobre a identidade e a interculturalidade do professor catalão Josep Maria Carbonell: “Um país, uma região, que procura manter a sua identidade querendo consolidar-se como um só povo, com a sua língua, respeitando ao mesmo tempo as outras culturas”.
A sessão matinal terminou com José Pires Manso, professor catedrático do Departamento de Gestão e Economia da UBI, que se debruçou sobre a região, ou seja, sobre as oportunidades e constrangimentos para um empreendedor cultural na Beira Interior. Considerando a cultura como uma força impulsionadora crescente do mercado internacional, o seu impacto na economia é cada vez maior, sendo um verdadeiro motor de desenvolvimento das nações. Ainda que tenha apontado algumas fraquezas internas, tais como a desertificação crescente que se traduz num envelhecimento da população ou a fraca rede de infraestruturas culturais na região, realçou alguns casos de boas práticas na Beira Interior, tal como a região de Belmonte pela sua dinamização cultural, mercados medievais, o museu, a sinagoga, etc.
Para Ana Bogalheiro, aluna de mestrado em Estudos de Cultura o colóquio “permite ter várias visões do mesmo assunto, e discutir alguns detalhes de estudos de cultura que não são necessariamente discutidos durante as aulas”, acrescentando ainda que “é fundamental o contacto com outras realidades culturais de forma a que a parte académica não seja apenas a sala de aula e os livros, mas é necessário tornar concreto e tangível o que se retira do teórico”.
Ainda que muito recente, o percurso de mestrado foi construído a pensar numa lógica extra-muros, com uma grelha curricular que reúne disciplinas opcionais onde os alunos fazem a sua formação fora da universidade. A partir daí, “estão em contacto com pessoas que têm um trajecto profissional de grande coerência e solidez”, explicou Urbano Sidoncha.
A reação a esta nova formação é considerada “positiva” pelo professor Sidoncha, não apenas por parte dos alunos mas “pela própria região, que acolheu muito favoravelmente este mestrado e a aposta que a universidade fez na área da cultura”. Para o director do novo mestrado em Estudos de Cultura “a universidade tem como meta tornar-se uma das áreas de excelência na cultura”, confidencia.
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