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Programa "Música e Ciência" se apresenta na UBI
Luísa Boéssio (UNISINOS, Brasil) · quarta, 1 de novembro de 2017 · A UBI recebeu o renomado musicólogo Rui Vieira Nery e a Orquestra Académica Metropolitana, apresentando o ciclo "Música e Ciência" com a conferência "O espírito do tempo". Sessão aconteceu no Grande Auditório da Faculdade de Ciências da Saúde. |
Rui Vieira Nery apresenta conferência e concerto intitulado “O espírito do tempo”. Foto: Luísa Boéssio |
22001 visitas O ciclo “Música e Ciência” passou pela Universidade da Beira Interior (UBI) na última quarta-feira, dia 25 de outubro. Um programa organizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), em parceria com a AMEC | Metropolitana. A conferência e concerto intitulado “O espírito do tempo” uniu o musicólogo Rui Vieira Nery e a Orquestra Académica Metropolitana em uma apresentação para cerca de 400 pessoas no Grande Auditório da Faculdade de Ciências da Saúde. Claudia Moita, produtora da Orquestra Metropolitana, conta que o programa consiste em um concerto misturado com uma conferência. “Antes ou durante a audição sempre tem uma explicação sobre a obra que está a ocorrer. Fala sobre o que consiste cada instrumento ou um pouco da história dos repertórios”, comenta Claudia. A produtora ainda destacou a presença de escolas direcionadas a música, Conservatório Regional de Música da Covilhã, Escola Profissional de Artes da Covilhã – EPABI, Escola Secundária Frei Heitor Pinto e Associação Recreativa Musical Covilhanense - Banda Da Covilhã. “É esse o objetivo: atrair pessoas que estejam ligadas à música, sejam alunos, músicos profissionais ou amadores. Que venham assistir, conhecer o programa, orquestra metropolitana e aprender um bocadinho sobre música”. O diretor do Conservatório, Carlos Martinho Salazar, ressaltou que foi uma mais-valia receber o convite da UBI, ainda mais uma palestra com uma pessoa tão conceituada como o musicólogo Ruy Vieira Nery. “Eu penso que ter uma atividade dessas à porta de casa, onde os alunos do Conservatório se deslocaram a pé, é um evento que merece destaque. É importante para a formação dos alunos terem o contacto com uma orquestra profissional, e um repertório completamente diferente”, ressaltou Carlos. Ruy Vieira Nery esclareceu que o evento não é bem uma conferência, mas sim uma pequena apresentação do concerto que se vai seguir, tentando dar algumas pistas às pessoas que não conhecem a obra. “Situa no tempo, no espaço e no contexto cultural em que a obra apareceu. De maneira a ajudar no que é mais importante, a relação afetiva e emocional à obra”. Para o professor, essencial é que as pessoas sintam as obras, mas que um pouco de conhecimento pode ajudar a descobrir pistas para gostar ainda mais do espetáculo. A obra escolhida, segundo ele, tem grande importância na história da orquestra e do Romantismo. Questionado sobre a relação entre a música e a ciência, Vieira Nery diz que há o elemento da ciência na construção da própria peça. “Como se fabrica uma obra e como podemos compreendê-la usando a perspectiva das ciências sociais e humanas, para relacionarmos com um tempo que não é o nosso”, acrescentou o musicólogo. O evento contou com público de todas as idades, como a violista e aluna do Conservatório, Beatriz Martins, de 14 anos. Para ela a conferência “é uma oportunidade única em que se pode aprender mais coisas sobre orquestras sinfônicas”, disse a estudante. Já Álvaro Moura, de 75 anos, ficou sabendo do programa através do rádio. Para ele é raro ter acesso a música clássica de qualidade aqui na região. Também raro a cidade ser visitada por um musicólogo de renome nacional. “Sou seguidor atento dos seus programas (Ruy Vieira Nery) no rádio e de artigos que ele escreve, reconheço que é um musicólogo importantíssimo. Muito sábio e atinado, explica e fala com clareza notável”, afirma. Para Rui Vieira Nery, seria preferível sessões separadas, para níveis etários diferentes. Segundo ele, é muito bom que as crianças sejam motivadas a participar, mas não sabe se é bom expô-las a uma conferência pensada para gente mais crescida e com mais referência, pois poderia ter um efeito contraproducente. “Vou tentar equilibrar as coisas, mas arrisco-me a dizer que será demasiado aprofundado para as crianças e demasiado infantil para os adultos”. Após a conferência, a Orquestra Académica Metropolitana interpretou a Sinfonia N.º 2, Op. 73, de Johannes Brahms, com direção musical de Jean-Marc Burfin. O evento tem previstas dez sessões que passarão por outras quatro universidades e cinco politécnicos.
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