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Os 32 anos da UBI
Rafael Mangana · quarta, 2 de maio de 2018 · UBI A Universidade da Beira Interior completou 32 anos. A questão do subfinanciamento crónico da instituição foi a tónica dominante do discurso do Reitor, António Fidalgo, na cerimónia que decorreu esta segunda-feira, 30 de abril, no Anfiteatro das Sessões Solenes. |
António Fidalgo abriu a cerimónia com o discurso oficial |
21975 visitas A Universidade da Beira Interior (UBI) completou esta segunda-feira, 30 de abril, 32 anos de existência enquanto universidade. Numa cerimónia que decorreu no Anfiteatro das Sessões Solenes, o Reitor da UBI enfatizou o problema do subfinanciamento da instituição. António Fidalgo revelou que em 2017 “houve necessidade de recorrer a 617 mil euros dos saldos de gerência anteriores para fechar o ano”. Para o responsável máximo da UBI, o relatório de gestão que foi aprovado na última reunião do conselho geral “é a melhor justificação, à posteriori, para a decisão tomada em Agosto de 2017 de não submeter na plataforma da Direção Geral do Orçamento uma proposta de orçamento para 2018. Havia uma impossibilidade de acertar despesas e receitas. Daí que, havendo uma discriminação histórica no financiamento, a exigência de aumentar o esforço financeiro próprio para repor salários não só reflete uma injustiça como é também uma iniquidade”, sublinhou. “O esforço financeiro da UBI em receitas próprias para cobrir as despesas de pessoal subiu de cinco milhões e 100 mil euros para cinco milhões e meio. As reposições salariais não foram cobertas integralmente por transferências do orçamento de Estado, como foi contratualizado com o governo em Julho de 2016. Longe disso: há uma tendência por parte do Ministério das Finanças para que as reposições salariais sejam feitas com recurso substancial aos saldos das universidades. Temos ainda uma provisão de dois milhões de euros para fazer face ao descongelamento de carreiras, despoletado pelo orçamento de estado, mas ainda não se procedeu ao pagamento de nenhum reposicionamento pela simples razão de ainda não ter saído a portaria conjunta necessária dos ministérios do ensino superior e das finanças”, alertou o Reitor. Pese embora o subfinanciamento crónico da instituição, António Fidalgo acredita que a UBI é “uma instituição sólida pela capacidade de atração de novos alunos e pelo maior sucesso no combate ao abandono escolar. Ao longo do ano civil de 2017, o número de alunos cresceu de 7014 para 7262 e isso deve-se a dois factores que se interligam: quanto maior o sucesso dos alunos que frequentam a universidade, maior a atração desta sobre os candidatos ao ensino superior. Mais sólida por ser uma universidade bem equilibrada em que todas as faculdades viram o seu número de alunos aumentado. Mais sólida por uma parte importante dos novos alunos serem estudantes internacionais que, ano após ano, aumentam a sua percentagem no corpo discente da universidade, sendo já de 15 por cento”. No discurso de abertura da cerimónia, o responsável máximo da UBI lançou o número de oito mil alunos como a meta a atingir até 2021, objetivo que passará pela continuidade da aposta na atração e captação de alunos estrangeiros. “Já sabemos que em 2030 haverá menos de 30 por cento de jovens de 18 anos do que agora e que essa diminuição percentual se agravará mais no número de candidatos nacionais ao ensino superior nas universidades e politécnicos do arco do interior”, lembra António Fidalgo, para justificar a estratégia. Durante o discurso de abertura da cerimónia do 32.º aniversário da instituição, o Reitor da UBI disse, ainda, estar a aguardar o relatório de avaliação da instituição produzido pela agência de acreditação e avaliação do ensino superior na semana passada. António Fidalgo disse esperar também pelo relatório prévio da auditoria ordinária feita à universidade pelo tribunal de contas em 2016, e que terá em conta eventuais críticas e sugestões decorrentes do documento, na tentativa de melhorar o funcionamento geral da UBI. O presidente do Conselho Geral da UBI aproveitou a cerimónia para sublinhar os 32 anos da UBI, “um dia de festa para celebrar os anos passados e de luz para encontrar o futuro”. José Ferreira Gomes deixou uma palavra “aos que deram o seu melhor ao longo de uma vida profissional dedicada, os mais promissores como exemplo para todos” e lembrou – citando Ortega y Gasset - que “cultura é o sistema de ideias de cada época, e a universidade atual não pode abandonar a sua competência original de transmitir a cultura, a cultura atual, deste nosso tempo”. “Não chega a competência técnica em cada uma das disciplinas, mas é necessário atender ao sistema de ideias deste tempo e fundamentá-lo na nossa história. Só compreendemos de onde vimos e poderemos abrir caminho, construindo mas também prevenindo o futuro”, vincou. O presidente da Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) lembrou a evolução da instituição, desde o Instituto Politécnico da Covilhã e do Instituto Universitário da Beira Interior. Afonso Gomes enfatizou que hoje a UBI é “uma das melhores instituições de ensino superior da Europa e uma das 150 melhores universidades jovens do mundo. Hoje temos cerca de 7300 alunos, 1200 dos quais são internacionais” e reforçou ainda a importância do apoio da instituição para os sucessos alcançados pela AAUBI a nível desportivo. Do programa fizeram também parte homenagens a alunos, docentes e funcionários, nomeadamente: Outorga de Cartas de Agregação; imposição de insígnias doutorais; entrega de medalhas a docentes e funcionários que completaram 20 anos de serviço ou que se aposentaram até 30 de abril; e a entrega de prémios de mérito escolar a alunos do 1.º Ciclo/Mestrado Integrado que terminaram o curso em 2016/2017. |
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