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Investigação do CICS-UBI identifica benefícios da cereja para a saúde
Urbi · quarta, 2 de outubro de 2019 · @@y8Xxv O trabalho liderado por Ana Paula Duarte e Sílvia Socorro mostrou a capacidade da cereja na terapia do cancro da próstata. |
Este é o primeiro estudo a mostrar um tão amplo espectro da ação das cerejas sobre células tumorais |
21986 visitas A equipa liderada pelas investigadoras do Centro de investigação em Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (CICS-UBI), Ana Paula Duarte e Sílvia Socorro, identificou novos benefícios da cereja para a saúde, nomeadamente, as suas ações sobre as células de cancro da próstata. Estes novos resultados, que foram recentemente publicados na revista científica Nutrition and Cancer, mostraram que extratos de cereja têm capacidade de alterar o comportamento das células tumorais, com efeitos positivos no controlo da sua sobrevivência e metabolismo. O estudo, realizado em modelos celulares in vitro, utilizou extratos de cereja obtidos a partir da variedade Saco, e foi levado a efeito no seguimento de outros trabalhos do grupo de Ana Paula Duarte, os quais caracterizaram a composição de diferentes variedades do fruto. Estes estudos, publicados nas revistas SN Applied Sciences, ACS Omega, e European Food Research and Technology demonstraram que esta variante, típica da região do Fundão, é, particularmente, rica em compostos com atividade antioxidante, tais como antocianinas, quercetina e melatonina. Foi assim, por esse motivo, a variante selecionada para utilização neste último trabalho no cancro da próstata, o qual contou com o apoio da Câmara Municipal do Fundão. Este incentivo permitiu a aquisição de reagentes de laboratórios diversos e a contratação de uma bolseira, tal como consta na secção de agradecimentos do artigo recentemente publicado. Diferentes modelos celulares de cancro da próstata humano foram expostos a diferentes concentrações de extratos de cereja, tendo-se verificado que apresentaram diminuição da taxa de crescimento e aumento da morte celular por apoptose, ao mesmo tempo que a sua capacidade de utilização de glicose estava suprimida. Demonstrou-se assim uma alargada ação das cerejas sobre aquilo que são considerados os “marcos” (do inglês “hallmarks”) das células tumorais, ou seja, a sua exacerbada capacidade de crescimento, a resistência à morte celular, e a preferência de utilização do metabolismo da glicose como fonte de energia. Este é o primeiro estudo a mostrar um tão amplo espectro da ação das cerejas sobre células tumorais, o que, no caso do cancro da próstata, pode ser benéfico na prevenção e como eventual coadjuvante para controlar a progressão da doença. Mais estudos serão necessários para se estabelecer em definitivo uma relação causa-efeito entre consumo de cerejas e prevenção do cancro, mas os vastos benefícios e as excelentes propriedades deste fruto são inquestionáveis. |
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