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Debate online apresenta benefícios do desporto para a saúde mental
Fátima Santos · quarta, 7 de outubro de 2020 · A relação entre o desporto e a saúde mental foi, no passado dia 30, tema do debate online transmitido pela AAUBI, «Mens sana in corpore sano» |
O debate «Mens sana in corpore sano» foi transmitido através do Youtube |
22000 visitas Na semana em que se celebrou o Dia Internacional do Desporto Universitário, 20 de setembro, e a Semana Europeia do Desporto, de 23 a 30 de setembro, este debate vem chamar a atenção dos estudantes para a saúde mental com a campanha «Desporto Sim, Isolamento Não!». O debate contou com a participação das professoras Maria Esteves, docente de Ciências do Desporto, Carla Nascimento e com a moderação de Cláudia Silva, estas últimas docentes do Departamento de Psicologia e Educação da UBI. Tendo como objetivo de esclarecer dúvidas relativas ao tema do isolamento provocado pela pandemia de covid-19, que tornou ainda mais atuais as questões relacionadas com a saúde mental dos estudantes, no debate foram referidos os múltiplos benefícios do desporto para o cultivo de uma mente sã. A professora Carla Nascimento sublinha que “a prática de desporto, quando prazerosa, isto é, quando não é vista como punição, produz um bem-estar ao nível da saúde mental e física. Produz também um conjunto de mecanismos que estão relacionados com algumas perturbações do ponto de vista mental”. A professora Maria Esteves defende a ideia de que o desporto não é apenas atividade física, pois “o homem não está separado em substâncias físicas e mentais, é uma pessoa só”. E neste sentido, quando praticamos exercício não há só benefícios ao nível físico e do sistema respiratório, mas também benefícios para a saúde mental. “Aliás o exercício contínuo consegue mudar o tempo de concentração, diminuir os tempos de reação, aumentar a perceção, a criatividade e outras vantagens como diminuir a tendência para a depressão, o estado de ansiedade, e assim aumentar a sensação de bem-estar”, reforça a docente. Maria Esteves refere que muitos alunos dizem não fazer exercício por falta de tempo, mas explica que se deve “olhar para o desporto como um investimento do próprio estudo, e não como como algo que está a roubar tempo. Porque se fizermos exercício, nem que seja menos tempo, pelos benefícios que este traz, melhora a qualidade do estudo”. Outra barreira que Maria Esteves refere que leva as pessoas a não aderirem à prática de desporto é a de não terem encontrando, ainda, o contexto e o tipo de exercido adequado para elas, “porque se isso acontecesse as pessoas iriam ver como é divertido fazer exercício. Todos podemos arranjar algo de que gostamos, há imensas atividades físicas que podemos realizar e que podem ser prazerosas”. Outro conselho debatido, e sobretudo agora quando “apesar de não estarmos em isolamento, ainda não conseguimos estar juntos da forma que queremos”, como diz Carla Nascimento, é a sugestão para a criação de grupos para fazer desporto virtualmente e se motivarem enquanto praticam exercício em simultâneo. Carla Nacimento, professora e psicóloga, diz que estes grupos virtuais se podem reaplicar noutros contextos, “como para estudar, uma forma de os alunos se manterem motivados. Falar sobre os problemas que têm e tentar uns com os outros arranjar alternativas para superar algumas das dificuldades, como um grupo de apoio virtual.” Em relação ao impacto que o isolamento teve nos estudantes, Carla Nascimento defende que os alunos do ensino superior além de não estarem preparados para lidar com esta situação anómala, de isolamento e de incerteza, “depararam-se com a falta de rotina, com o acréscimo de trabalho e com a autogestão do seu tempo. Acho que esse foi um fator importante para criar um início de um quadro de perturbação depressiva e de ansiedade, que se poderá ter notado mais em quem tinha possíveis indícios de perturbação”. A docente, que explica que o ser humano é um ser de rotinas, refere ainda que “na maioria dos casos foi despoletada uma fobia da ansiedade, o medo pelo medo, e a perturbação de burnout por este acréscimo de trabalho”. Apesar de maior parte das universidades terem um gabinete de apoio médico, e também psicológico, que fornece apoio gratuito aos alunos, onde a UBI não é exceção. Carla Nascimento ressalva que “independente da situação de pandemia, é necessário investir mais no âmbito da prevenção, mais até do que no âmbito da intervenção. Devíamos ter sempre um plano de intervenção para a saúde mental ao nível do ensino superior, da mesma forma que temos um para a saúde física.” O debate pode ser visto na página de Facebook da AAUBI. |
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