Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
"É no desconhecido que nos conhecemos"
Rafael Mangana · quarta, 3 de novembro de 2021 · @@y8Xxv Depois de uma experiência inesquecível em Angola, Sofia Azevedo abraçou o negócio de família no ramo da Optometria, mas não esquece a Covilhã. Entrou na UBI em Optometria em 2008 por influência do irmão e mais de uma década depois garante que não se arrepende. |
Sofia Azevedo |
22133 visitas Urbi et Orbi: Porquê Optometria e porquê na UBI? Sofia Azevedo: Optometria, porque era um curso ligado à saúde e não sabia muito bem para que área da saúde me virar. A UBI, porque tinha o exemplo do meu irmão mais velho, acabadinho de sair, e tudo o que ouvia sair daquela boca era bom, a UBI era bom. Visto que Optometria só havia em Braga ou na Covilhã, nem pensei duas vezes.
U@O: Valeu a pena a escolha? SA: Valeu muito a pena. Não me arrependo nem um instante dessa escolha.
U@O: Porquê? SA: A Covilhã é uma história. A Covilhã é um ninho, um conforto (e ao escrever e recordar isto, estou a emocionar-me). Sempre que volto atrás, nas memórias, o sentimento é exatamente o mesmo, passem os anos que passarem. As pessoas influenciam também o meio, claro. Mas parece que as pessoas ali são escolhidas a dedo. É uma coisa que gostava muito que todos à minha volta tivessem vivido e ainda venham a viver: viver uma Covilhã. U@O: O que recorda dos tempos de estudante da UBI? SA: O companheirismo, o respeito, o "bora viver a vida como se não houvesse amanhã", mas o amanhã era vivido com responsabilidade. A liberdade! Covilhã era liberdade. Entreajuda, companheirismo, acima de tudo.
U@O: Essas vivências influenciaram o seu percurso pessoal e profissional? SA: Sem dúvida nenhuma. Claro que sim. U@O: Como tem sido o seu percurso profissional desde que saiu da UBI até hoje? SA: O meu percurso tem sido um percurso muito gratificante e inesperado. Terminei o meu curso com pós-graduação em Gestão de Unidades de Saúde em 2015 e comecei a estagiar em Castelo Branco, na área da Optometria, logo de seguida. No ano de 2016, iniciei a carreira profissional no negócio de família, pois o meu pai já geria o ramo de Óticas. Passado um ano de estar a trabalhar, como Optometrista na empresa familiar, dei comigo a sentir-me incompleta e estagnada. Daí surgiu a ideia de fazer um voluntariado. Procurei, falei com amigos que se encontravam nessa condição e surgiu a ideia de partir para Angola a fazer Optometria e com uma ordenado bem aliciante. E assim foi. Num espaço de dois meses tomei a decisão e parti à aventura. E que aventura! Cheguei a Angola em abril de 2017, ia por três meses. Passados esses três meses fui renovando o visto e fiquei por quase três anos. Regressei em janeiro de 2020 para o negocio de família, regressei às origens e, neste ano de pandemia e muito duro no que toca ao sucesso e evolução profissional, conseguimos consolidar a relação familiar/profissional e abrimos mais uma ótica. Neste caso, já são sete. Entretanto, já são dois optometristas formados na UBI, eu e o meu irmão, Gustavo Azevedo, que entrou em 2002. Diria, até, que os nosso professores se devem encher de muito orgulho. Dei boas dores de cabeça, mas aqui estou bem sólida.
U@O: E como foi essa experiência em Angola? SA: Uma experiência que me fez crescer imenso. Fui ao desconhecido, completamente. Não sabia para onde ia, como ia, com quem ia, não sabia nada. Só sabia que queria, que precisava. E, na verdade, sempre foi isso que me caracterizou e me fez sentir viva. Fui sem expectativa e adorei. Vi uma realidade completamente diferente que fez despoletar o melhor de mim. Aquele povo dá-nos lições de vida, de “luva branca”. Na minha experiência foi assim. É o desconhecido que nos faz crescer e nos faz acreditar. É no desconhecido que nos conhecemos.
U@O: Que conselhos poderia deixar a um atual aluno da UBI para vingar nesta área? SA: Sigam os vosso sonhos, o vosso instinto e, acima de tudo, acreditem que mesmo aquelas ideias malucas são ideias e tudo é possível. Aproveitem a faculdade ao máximo. A cidade, as pessoas, a envolvência e tirem lições de todas as situações. Até as más, mais à frente vão ter uma razão. Dediquem-se da melhor forma que conseguirem. Tenham equilíbrio em tudo o que fazem. Sejam vocês mesmos.
Nome: Sofia Azevedo Naturalidade: Vidigueira Curso: Optometria e Ciências da Visão Ano de entrada na UBI: 2008 Filme preferido: “Shutter Island” Livro preferido: “Como se tornar sobre-humano”, de Joe Dispenza Hobbies: Desporto (mental e físico) |
Palavras-chave/Tags:
Artigos relacionados:
GeoURBI:
|