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TMG comemora aniversário com banda Resistência e público limitado
Eunice Parreira · quarta, 28 de abril de 2021 · Cultura A pandemia trouxe desafios para o planeamento, seleção e agendamento de espetáculos. O Teatro Municipal da Guarda sentiu essas adversidades e, por isso, prefere ter cautela. Publica mensalmente uma agenda menos ambiciosa para prevenir possíveis impactos que a covid-19 ainda lhes possa causar. |
Após quase quatro meses encerrado, os espetáculos voltam a dar vida ao TMG. |
21976 visitas O aniversário do Teatro Municipal da Guarda (TMG) vai finalmente ser festejado com os Resistência, grupo português composto por músicos de diversas bandas. O concerto estava agendado para 25 de abril do ano passado, para assinalar o 15º aniversário do TMG, contudo, a pandemia obrigou o seu adiamento. Assim, os Resistência atuam esta sexta-feira, um ano depois. Victor Afonso, 51 anos, programador e coordenador do teatro, ficou feliz por ter conseguido realizar na mesma o aniversário do TMG. Explica que não foi possível reagendar o concerto no dia 25, “porque, este ano, calha num domingo. E os teatros ainda têm a restrição de funcionarem até às 13 horas ao fim-de-semana. Como não era possível fazer o espetáculo de manhã, conseguimos o mais próximo possível do dia 25, o dia 30.” Em 2020, o TMG e o município queriam festejar o aniversário com um “nome que fosse realmente sonante e mobilizador”, esclarece Victor Afonso. E acrescenta que “o projeto Resistência não é um projeto que se apresente muitas vezes em teatros fechados”, e nem sempre é justificável programar a banda para atuar num teatro. Como o concerto esgotou rapidamente no ano passado, todos os que tinham garantido lugar no evento foram contactados, mas a maioria recusou a devolução do dinheiro, preferindo manter o bilhete. Na altura, o TMG vendeu ingressos para 270 pessoas. Atualmente, com a lotação reduzida para metade, os bilhetes vendidos para o concerto correspondem ao número exato de lugares permitidos em contexto de pandemia. Ainda que nenhum espetáculo tenha sido cancelado, reagendar tudo o que foi adiado foi a solução encontrada para manter as atividades. Assim, readaptar é a palavra que Victor Afonso destaca, já que o TMG foi obrigado a planear a agenda a curto prazo com receio de que os teatros voltem a encerrar. Além disso, com a lotação reduzida e o adiamento sucessivo dos eventos, os espetáculos vão se acumulando e é difícil “dar vazão a todos eles porque se sobrepõe uns em cima dos outros”, diz o programador. Promover um discurso de segurança que reconquiste a confiança do público é uma preocupação para o Teatro. “Os teatros são seguros, são um espaço e um local que cumpre todas as regras impostas pela DGS”, afirma Victor Afonso. Este reconhece que existem dois tipos de públicos: aquele que quer muito voltar a assistir à cultura e o que prefere não arriscar até a pandemia passar. Mesmo assim, esforça-se por realçar a importância da cultura como forma “de libertar o peso psicológico e emocional da pressão pandémica.” De acordo com o programador e coordenador, o TMG teve um decréscimo de afluência de setembro a dezembro de 2020 face ao ano anterior. É uma situação que se fez sentir não só neste teatro, mas em todo o setor cultural que sofreu uma quebra de 87% entre janeiro e outubro de 2020, segundo um manifesto da Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE). Somente de março a maio do ano passado, o mercado dos espetáculos viu-se obrigado a cancelar mais de 24.000 eventos, de acordo com dados da APEFE. Álvaro Covões, dirigente da associação, entende que a solução pode passar por eventos teste. Em declarações ao jornal online Dinheiro Vivo esclarece que “A importância dos eventos teste vai para além da cultura. O nosso objetivo é trazer para o nosso setor uma possibilidade de podermos trabalhar de uma forma mais alargada do que as regras atuais permitem. O que se pretende com os eventos pilotos é conseguir estudos médicos para dar certeza as autoridades de saúde que, se as pessoas entrarem num evento testadas negativas - tal como na aviação -, se será possível ter mais gente e mais proximidade para garantir trabalho para uma atividade económica que está muito afetada", ressalta. |
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