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UBI tem 1,4 milhões de euros de financiamento extra
Rafael Mangana · quarta, 2 de novembro de 2022 · UBI Informação foi dada pelo reitor da instituição, Mário Raposo, durante a sessão solene de abertura do ano académico. |
Mário Raposo, durante o discurso que abriu a cerimónia |
21994 visitas O Estado vai atribuir 1,4 milhões de euros à Universidade da Beira Interior (UBI) para fazer face ao subfinanciamento crónico da instituição e que tem sido sublinhado pelos sucessivos reitores. “Não é o ideal, mas, pelo menos, é o reconhecimento de que tínhamos razão nos nossos argumentos, esperando por isso que a correção continue para o futuro”, defendeu Mário Raposo durante a sessão solene de abertura do ano académico. Durante a cerimónia, que decorreu na passada quarta-feira, 26 de outubro, o reitor esclareceu que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior reconheceu, “finalmente, que o orçamento histórico das Instituições não se encontrava minimamente adaptado à realidade atual”, e que tendo em conta “o número de alunos e os fatores de custo dos cursos”, a UBI terá atualmente um subfinanciamento de cerca de 9 milhões de euros. Para atenuar esta situação, o Governo transferiu para as universidades subfinanciadas o equivalente a 1 por cento do atual Orçamento do Ensino Superior, sendo que à UBI cabe a verba já referida de 1,4 milhões de euros. Este acréscimo no orçamento disponível será, no entanto, “consumido quase na totalidade” com a fatura energética, referiu Mário Raposo, sublinhando que esta “triplicou nos últimos meses”. Este aumento vai obrigar a “ações de redução de consumos e a desenvolver estratégias para maior eficiência energética”. Relativamente ao preço das refeições, tendo em conta a conjuntura de aumentos no custo de vida, o reitor alerta que deverá avançar para “algum pequeno ajustamento no futuro”. Mário Raposo referiu, no entanto, que também está no horizonte da UBI a promoção de “ações inclusivas e de igualdade”, como o fracionamento no pagamento de propinas ou o aumento das bolsas. “A estratégia, progressiva e gradual de contratação e renovação do corpo docente em áreas científicas mais necessitadas, através de concursos internacionais” foi outra das linhas de ação que Mário Raposo pretende continuar a implementar. O reitor da UBI aproveitou ainda a ocasião para sublinhar que 90 por cento dos novos alunos colocados escolheram a instituição como primeira opção e lembrou que a universidade é “fundamental e indispensável na cidade e na região”. “É uma realidade que a UBI é hoje uma instituição fundamental e indispensável na nossa cidade e na região. Por isso, é nossa obrigação trabalhar para consolidar os créditos e o prestígio que a UBI já alcançou. Temos de conseguir uma universidade que seja o resultado do trabalho apaixonado do coletivo, mantendo a UBI como instituição atrativa e de referência”, reforçou Mário Raposo. Relativamente à cantina de Santo António, que encerrou para obras e que ainda aguarda financiamento, o reitor da UBI pediu ainda “um pouco mais de paciência, para poderem desfrutar de um espaço condigno”. Este foi, de resto, um tema abordado durante a sessão pelo presidente da Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI), que revelou que está em marcha um abaixo-assinado que conta com mais de 300 assinaturas de estudantes, docentes e funcionários da UBI, para que a situação se resolva. Naquela que foi a sua última intervenção oficial enquanto presidente da AAUBI, Ricardo Nora aproveitou para expressar os votos para que se possam resolver aquilo que consideram ser “problemas sistemáticos da universidade, como os atrasos nas entregas de notas, o não cumprimento de critérios de avaliação, o desrespeito pelos estatutos especiais de estudantes, os como atletas e os dirigentes associativos, por exemplo”, bem como a relação qualidade/preço verificada nos bares concessionados da UBI, que considera “não ser aceitável”. Em representação do Conselho Geral da UBI, o vice-presidente João Casteleiro sublinhou que “é essencial que os órgãos de governo locais e nacionais, pensem e preparem a cidade para uma realidade atual e moderna de conetividade e acessibilidade”. O antigo aluno da instituição acredita que “em pleno ano de 2022 uma universidade e uma cidade do interior de Portugal tem de estar no pelotão da frente na definição e implementação da estratégia de aproximação aos principais polos urbanos nacionais, europeus e mundiais”, defendendo que é “fulcral que as entidades responsáveis reflitam, pensem e desenvolvam o ideal de uma universidade e de uma cidade pioneiras em novas formas de ligação a alta velocidade, suportadas em tecnologia 5G”. Um projeto “capaz de nos catapultar num mundo cada vez mais global, rápido e competitivo”, defendeu. A cerimónia solene de abertura do ano académico marcou, também, a homenagem a Duarte Simões, um dos impulsionadores da criação do ensino superior na Beira Interior e, por isso mesmo, uma figura incontornável da história da instituição. |
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