Considerado pela Organização Mundial de Saúde como uma das mais graves doenças do desenvolvimento, o autismo foi o principal tema da tertúlia organizada por estudantes de Medicina na Faculdade de Ciências da Saúde.
Durante duas horas Prazeres Domingues esclareceu os presentes acerca desta doença, das suas causas, sintomas e tratamento, falando da sua experiência pessoal e profissional com autistas depois de fundar a associação de apoio em Viseu, em 1998. Mãe de um autista, a presidente e co-fundadora da APPDA de Viseu destacou a importância das associações de suporte aos doentes e suas famílias. A oradora explicou que “o autismo muda a vida familiar, todas as rotinas que poderiam ser encontradas numa família normal”.
“As mães são mais propensas a identificar sinais estranhos nos filhos, usualmente os pais tendem a negar que algo está errado, o que leva a que esta doença seja tardiamente diagnosticada”, afirmou. Prazeres Domingues ressalvou ainda que “é fulcral identificar o autismo o mais rapidamente possível, o que nem sempre acontece também pela multiplicidade de sinais e diferença de intensidade dos sintomas. O diagnóstico desta doença é uma forma de proteger a criança e preparar os pais”.
A tertúlia contou ainda com a participação de duas mães de autistas, Helena e Marisa, que relataram a sua experiência pessoal com os filhos. Na sessão final de perguntas houve ainda espaço para a troca de impressões com docentes da Faculdade de Ciências da Saúde, falando do ensino universitário adaptados às necessidades de alunos autistas.
A Faculdade de Ciências da Saúde será palco de um workshop acerca do autismo e outras perturbações do desenvolvimento em data ainda a marcar, ministrado pelo psicólogo Paulo Santos, colaborador da APPDA Viseu.