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Suede
Head Music
POR PEDRO JESUS


O conceito que está por detrás do último álbum dos Suede começa por ser explicado no título Head Music. O objectivo da banda consistia em preparar um álbum mais orientado para fazer pensar, isto é, para a cabeça, do que propriamente para apenas ouvir e dançar. Depreende-se pois que este seja o álbum de uma fase mais madura da banda que nos deu uma das mais importantes discografias da década de 90.
O entusiasmo por cada novo registo dos Suede começa sempre por motivos alheios àquilo a que a banda faz de melhor, que é a construção de fabulosas canções, daquelas que tudo leva a crer irem perdurar por muitos, muitos anos. O interesse, escrevia eu, começa pela capa dos discos, sempre com um apuradíssimo conceito estético, a que não é alheia a mão do fotógrafo de moda Nick Night. No presente álbum, a "face" exterior do disco revela, em cores fortes, a perda da entidade corpórea de duas personagens: uma masculina e uma feminina, que permanecem despersonalizadas, todavia aparentando terem uma essência etérea que se liga ao mundo terreno pela presença da música, representada na figura dos auscultadores.
Ao abrirmos caixa que envolve o CD e ao ouvirmos o álbum, imediatamente reconhecemos o predomínio de grandes temas, não fossem os Suede reconhecidamente uma "banda de canções". Desde os temas mais calmos como She´s in fashion, Everything will flow ou He´s gone até os mais eléctricos Elephant man, Electricity ou Can´t get enough. E é precisamente no facto de o álbum estar a meio caminho entre o som rock e o pop, que a banda insiste em agradar a cada vez mais ouvidos.
Ouça-se a parte instrumental de Indian Strings, uma canção atípica no som da banda, para percebermos que os Suede não perderam a vontade de experimentar e juntar novos elementos aos sons a que já nos habituaram.
E se Head Music consegue o objectivo de apresentar novas direcções ao som destes britânicos, sem que isso em nada nos desiluda, o site da banda apresentava recentemente a notícia que o vocalista Brett Anderson passou a anterior digressão a ouvir as que considera serem as melhores canções de sempre, com vista a realizar mais uma dezena delas, as quais serão apresentadas no próximo álbum. A fasquia pode estar a ser colocada muito alto, mas vinda a afirmação de uma banda que colocou os seus quatro álbuns de originais nos tops especializados dos melhores álbuns de cada ano segundo as publicações musicais da Grã Bretanha, não existem motivos para colocarmos grandes dúvidas de antemão
E para o fim deixo uma previsão pessoal. No dia que os Suede editarem uma compilação e juntarem num único disco os melhores momentos deste disco com temas retirados dos álbuns anteriores, casos de Animal Nitrate, The Drowners e Metal Mickey (de Suede); The Wild Ones e The Asphalt World (de Dog Man Star); Beautiful Ones (do terceiro longa duração, Coming Up), e temas editados apenas em singles como Stay together, esse registo tornar-se-á uma obra obrigatória.

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