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A tradição já não é o que era

POR PATRÍCIA COSTA

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e a Páscoa não é excepção.
Nos dias que correm, a maioria da população portuguesa aproveita este fim-de-semana prolongado para umas mini-férias com a família ou amigos. A tradição já não é o que era.

Em qualquer dicionário a Páscoa é definida como a festa anual dos judeus em memória da sua saída do Egipto; e como a festa anual dos cristãos para comemorar a ressurreição de Jesus Cristo. Para os cristãos a Páscoa é, então, a ressurreição de Cristo, e na Bíblia a história é narrada no Evangelho de São Mateus.
As festividades começam no Domingo anterior ao da Páscoa, o chamado Domingo de Ramos, em que os afilhados levam à madrinha de baptismo um ramo de violetas e esperam trazer o folar da Páscoa. Segue-se a Sexta-feira Santa, que é o dia de jejum para todos os católicos, e no Domingo decorre, então, a comemoração da ressurreição de Jesus Cristo. Neste dia, o compasso, acompanhado pelo padre de cada terra, percorre todas as casas com a cruz de Cristo para que cada católico a possa beijar.

Mudam-se os tempos,
muda-se a confiança

Antigamente, a Páscoa era sinónimo de reunião familiar. Nas aldeias, as pessoas faziam questão de ter toda a família reunida e de ter as portas abertas para os vizinhos e amigos. Quanto mais cheia a casa estivesse melhor. No norte do País, as mulheres, duas semanas antes da Páscoa, começam com limpezas gerais a toda a casa, as ditas "barrelas", para quando o padre entrar dentro de portas tudo estar a brilhar. Mas hoje o ritual do compasso começa a perder brilho. Nas cidades, com um ritmo de vida completamente diferente, o padre fica à entrada do prédio e é aí q nue se comemora a Páscoa. Tudo mais formal e rápido.
Hoje em dia, só as pessoas mais idosas permanecem presas ao significado religioso e místico da quadra pascal. Os jovens pouco ligam às festividades e preferem aproveitar estes dias para uma escapadela " vá para fora cá dentro", sendo a zona sul a mais procurada nesta altura do ano.
Depois, o espírito da festa entrou decididamente na era da hiper-mercadorização, Na Páscoa, tal como acontece no Natal, os comerciantes aproveitam para amealhar mais uns trocos. Desde os famosos ovos de Páscoa, às amêndoas de todos os tamanhos, cores, feitios e sabores, passando pelo tradicional cabrito, o que importa é aumentar as vendas. E não se pode esquecer da imagem de marca da Páscoa: o coelhinho que delicia pequenos e graúdos.
Cada vez mais os jovens desonhecem o significado religioso da Páscoa, notando-se um crescente afastamento em relação às tradições caras aos mais velhos. Com a vida cosmopolita e agitada que se tem hoje em dia, as tradições já não são o que eram.

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