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Centro de Apoio Comunitário
ao Idoso
abre em 2001
POR ARLETE CASTELA
A antiga fábrica "Saraiva", desactivada
há alguns anos, localizada na parte nordeste da cidade,
está a ser aproveitada pela Associação de
Socorros Mútuos Mutualista Covilhanense para as novas
instalações da instituição. Em 2001
os associados disporão de mais e melhores infra-estruturas.
A instituição adquiriu
a antiga fábrica "Saraiva" por 35 mil contos,
tendo a Câmara Municipal da Covilhã comparticipado
com a verba de 10 mil contos. O Centro Comunitário surgiu
de uma candidatura efectuada pela Associação dos
Socorros ao programa PILAR ( Programa Idosos Lar) efectuada em
1997. O investimento na importante obra ultrapassa os 300 mil
contos, 137 dos quais comparticipados pelo Centro Regional de
Segurança Social. A parte restante da dívida será
suportada pela instituição de solidariedade, a
qual "irá solicitar os apoios possíveis e
recorrer a empréstimos bancários".
O Centro Comunitário de Apoio ao Idoso servirá
os seus associados na modalidade de centro de dia, como está
a ser feito nas actuais e velhas instalações da
Rua 1º de Dezembro, na zona histórica da cidade.
A novidade será abrir aquele novo centro com a valência
de lar residencial.
Segundo Carlos Mineiro, presidente da direcção,
"tornava-se urgente esta iniciativa. Necessitamos de instalações
condignas pois queremos prestar cuidados de saúde e apoio
social com qualidade". As futuras instalações
serão apetrechadas, para além dos serviços
administrativos, com gabinetes de acção social
e de saúde, salas de convívio e de actividades,
um auditório e consultórios médicos, farmácia
e ginásio.
O edifício, de três pisos, está a ser remodelado
"tendo em conta não só as unidades necessitadas,
mas também a circulação interna dos seus
utentes, uma vez que irá ser utilizado por pessoas idosas
e, eventualmente, também por pessoas deficientes ou com
algumas limitações", diz ainda Carlos Mineiro.
Uma associação
exemplar
A Associação de
Socorros é uma instituição centenária,
pois a sua génese remonta a Junho de 1895, tendo por objectivo
"amparar os fracos que caíssem na doença".
O seu nome era então o de "Associação
de Socorros Mutúos Operária Covilhanense".
Actualmente conta com 2088 associados, que pagam uma quota mensal
de 150 escudos, a qual lhes permite aceder a duas aréas
distintas, os cuidados de apoio à terceira idade e também
os cuidados médicos e de enfermagem. Estes últimos
são muito procurados pelos idosos residentes na parte
velha da cidade, uma vez que o Centro de Saúde que serve
a população em geral fica situado numa zona periférica
e, portanto, longe dos locais onde residem.
É de salientar que este serviço de saúde
está coberto pelo pagamento da cotização
geral, e que no que respeita a consultas de especialidade haverá
lugar a uma comparticipação de 20%. Nas mesmas
instalações existem as especialidades de psiquiatria,
dermatologia, estomatologia e clínica geral.
Quanto ao apoio à Terceira Idade, são recebidos
na casa, diariamente, 36 utentes, recolhidos na sua residência,
à qual regressam ao fim do dia. Para aqueles que não
se podem deslocar, prestam-se cuidados, diariamente e três
vezes ao dia, a 59 sócios, cuidando da sua higiene pessoal
e da habitação, e fornecendo-lhes alimentos já
confeccionados. "Só em vasilhas térmicas gastámos,
agora, cerca de 300 contos, para que a comida não arrefecesse
desta casa até às residências" referiu
Carlos Mineiro.
A instituição dá ainda apoio a famílias
toxicodependentes, fornecendo-lhes alimentação.
Expansão em espaço
e em ideias
"Não temos condições
logísticas e humanas para dar mais apoio, e queremos alargar
a nossa influência às zonas dos Penedos Altos e
Santo António, bairros cuja população se
encontra envelhecida" diz ainda o presidente da direcção,
que acrescenta: " Este apoio social deverá continuar
nos moldes habituais mas, a par disto, a direcção
aposta no "apoio domiciliário integrado, que implica
maiores custos e que está virado para um público
que possa suportar as despesas com os seus hábitos sociais,
hábitos estes que quer manter". Para tal, conta,
"estamos a constituir uma base de dados de "prestadores
de cuidados", uma vez que existem pessoas habilitadas para
acompanhar os nossos idosos. É de salientar que já
foram ministrados cursos a essas pessoas, algumas das quais na
situação de desemprego. Assim, a qualidade de vida
dos associados passa, entre outras coisas, por uma ida ao cinema,
ao jardim público, outrora fonte de amizades antigas ou
outro local sempre acompanhado por um "prestador de cuidados".
Sede de formação
e estágios
A Associação de
Socorros já deu um contributo importante na formação
de "prestadores de cuidados" e de "apoio domiciliário"
a pessoas do próprio estabelecimento e de outras instituições
de solidariedade social, quer da cidade quer de freguesias do
concelho e, de acordo com palavras do representante da casa,
devem avançar com outros cursos de formação
na àrea da saúde, nomeadamente com sobre cuidados
a prestar pelas famílias dentro do seu núcleo,
de modo a não desenraizar o idoso do seu meio ambiente.
De igual modo já teve nas suas instalações
funcionários de outras instituições similares
a estagiar com os utentes.
Esta associação fez parte da comissão do
Ano Internacional do Idoso, contribuindo com a organização
das jornadas que tiveram lugar no pavilhão da ANIL sob
o tema "Novo Milénio-Envelhecer em Harmonia",
efectuadas em Janeiro último. Teve, para isso, a colaboração
da União das Mutualidades . |
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