.


 

ILOVEYOU questiona segurança informática
Bola de neve
do tamanho do mundo


O correio electrónico, serviço fundamental da Internet, revela-se também o meio ideal para desferir ataques informáticos globais como o que paralisou na passada quinta-feira computadores de particulares, governos e empresas de todo o mundo. Chama-se ILOVEYOU, veio das Filipinas e fez questionar novamente a segurança das novas tecnologias de informação.

A ideia é prejudicar o mais possível. São cada vez mais os "génios" que se dedicam a "brincadeiras" com vírus, enviando mensagens "infectadas" através do correio electrónico, que se espalham a uma velocidade prodigiosa, com um factor de multiplicação extraordinário, devido ao sistema em rede em que assenta a Internet. As mensagens com vírus como a que correu mundo na quinta-feira - ILOVEYOU - contaminam em cascata todos os destinatários de uma agenda de endereços, que por sua vez infectam todos aqueles com quem costumam corresponder-se, e assim sucessivamente. Uma reacção em cadeia com efeito bola de neve, muito difícil de travar. Um vírus pode infectar todos os computadores de uma empresa em poucos minutos e causar estragos significativos antes de ser detectado.
Os computadores que acedem à Internet através do programa de navegação da Microsoft, quase 90 por cento do parque mundial de máquinas, são o alvo preferido dos sabotadores.

Um e-mail das Filipinas

Tudo começou com um e-mail enviado de Manila, nas Filipinas, por um jovem de pseudónimo "Spyder". Um e-mail apelativamente intitulado ILOVEYOU, que incita o receptor a abrir o attachment "love-letter-to-you", um simples e aparentemente inofensivo ficheiro de texto que, uma vez aberto, activa um vírus que se replica a uma velocidade estonteante.
Uma das características mais interessantes deste vírus é a sua capacidade para roubar passwords. Uma vez aberto, o ficheiro percorre o sistema em busca de senhas de acesso e envia-as por mail para um endereço nas Filipinas.
De acordo com dados revelados pela CNN, até segunda-feira o vírus terá afectado mais de 50 por cento das empresas norte-americanas. Entre as vítimas encontra-se já o Pentágono, os Parlamentos do Reino Unido e da Dinamarca e a CIA.
Em Portugal, também foram diversas as empresas que, com maior ou menor intensidade, se viram afectadas. Entre elas contam-se a ANA - Aeroportos de Portugal, o Banco Pinto e Sotto Mayor, a Caixa Geral de Depósitos, a Abril ControlJornal, o Centro de Gestão da Rede Informática do Governo (Cejer) e a Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN).
O Comissário da União Europeia para a Sociedade da Informação, Erkki Liikanen, notou que o impacte global do ataque denunciou a necessidade urgente de melhorar a segurança informática. Liikanen sublinha deste modo a prioridade a conferir às questões de segurança informática para que os consumidores mantenham a confiança nesta fase de crescimento da Sociedade da Informação.

Estrelas mediáticas e contaminadores obscuros

O vírus que primeiro se tornou famoso infectando através do modo de propagação por e-mail (correio electrónico) foi o Melissa, em 1999.
Na idade anterior à explosão da Internet, na antecâmara da Sociedade da Informação, os vírus contentavam-se com a propagação rudimentar que permitiam a circulação de disquetes ou outros suportes de dados, afectando apenas as máquinas em que eram lidos. Os peritos informáticos já referenciaram 50 mil vírus, mas apenas cerca de uma centena utiliza um modo de propagação por duplicação, nomeadamente através de e-mail (correio electrónico). São estes que se tornam estrelas mediáticas. Os primeiros permanecem obscuros contaminadores de uma ou outra vítima solitária.

 

 
.

 Primeira Ubi  Covilhã  Região  em ORBita  Cultura  Desporto Agenda