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Mulheres são mais afectadas pelos efeitos nocivos do tabaco
O sexo fraco do tabagismo

Desenganem-se os que acreditam que o tabaco "light" é menos prejudicial à saúde. Um relatório europeu recente, preparado no âmbito da Conferência da Rede Europeia de Prevenção do Tabagismo revela que os riscos provenientes de tabaco com baixo teor de alcatrão são semelhantes aos que advêm do tabaco "normal". O mesmo relatório que mostra que as mulheres fumam cada vez mais. E que são o sexo mais afectado pelos riscos que daí advêm.

"A mulher e o tabaco" é o tema do relatório europeu que veio revelar recentemente que o número de fumadoras é cada vez mais alto, sobretudo em seis países da União Europeia: Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Luxemburgo e Áustria. No entanto, o número de raparigas fumadoras é superior ao de rapazes na maioria dos países.
Apesar de nada estar provado, os especialistas afirmam que as mulheres enfrentam muito mais riscos que os homens por fumarem. O risco acrescido de cancro no colo do útero e na mama - cancros femininos "clássicos" - continua a gerar controvérsia, mas outras doenças e riscos reúnem consenso. É o caso da redução da fertilidade. Os especialistas observam que as fumadoras esperam mais tempo até à concepção e que, em caso de fertilização "in vitro", têm menos hipóteses de sucesso que as não fumadoras.

"Lights" com efeitos pesados

Fumar durante a gravidez revela também cada vez mais perigos. Além de mais probabilidades de complicações, surge também o perigo de parto prematuro, aborto espontâneo ou baixo peso do bebé à nascença. O relatório demonstra que a "alta prevalência do hábito de fumar entre jovens mulheres resulta quase automaticamente numa alta percentagem de grávidas fumadoras". São poucas as mulheres que conseguem deixar de fumar durante a gravidez e, entre estas, mais de metade retoma o hábito depois de dar à luz. Está provado que a exposição ao fumo fragiliza as crianças, que sofrerão riscos maiores de doenças nos ouvidos, nariz, garganta e pulmões. A asma é o melhor exemplo de uma doença gravemente afectada pelo fumo passivo.
As fumadoras estão ainda sujeitas a menopausa precoce e osteoporose. Apesar da ideia que as mulheres escolhem um tipo de tabaco diferente dos homens, com filtro e baixo teor de alcatrão, esta tendência está a desvanecer-se entre as camadas etárias mais jovens. Por outro lado, o sucesso dos "lights" entre as fumadoras, sobretudo europeias, tem cada vez menos razão de ser. O relatório sublinha que os riscos para a saúde resultantes destes cigarros com baixo teor de alcatrão podem ser tão elevados como os que advêm dos cigarros "normais".

 

OMS quer convenção para impedir expansão do tabaco

A futura convenção-quadro da luta anti-tabagista é uma das prioridades da agenda de trabalhos da reunião anual da Organização Mundial de Saúde (OMS), a decorrer desde esta segunda-feira em Genebra, na Suíça.
Esta convenção sobre o controlo do tabaco, o primeiro instrumento internacional legal para contrariar a expansão do consumo e da produção de tabaco, deverá ser adoptada a partir de Maio de 2003.
Segundo dados da OMS, dentro de 30 anos o tabaco estará a matar 10 milhões de pessoas por ano, das quais sete milhões nos países em desenvolvimento. Razão suficientemente forte para fazer avançar esta convenção o quanto antes. Para a sua elaboração, foram convidadas a participar todas as partes que nela possam ter algum interesse, nomeadamente a indústria do tabaco.



 

 
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