Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
O renascimento da música Portuguesa
Sara Ventura · quarta, 12 de novembro de 2014 · Continuado “Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” foi o conceito que reinou na noite de festa do Teatro das Beiras. |
Música popular portuguesa é a inspiração da banda Lavoisier |
21970 visitas No âmbito da celebração dos 40 anos do Teatro das Beiras (GICC), a banda portuguesa Lavoisier foi convidada para atuar na passada sexta-feira, dia 7 de novembro no palco do GICC. Numa noite de festa que se iniciou com o teatro “Radio Cabaret” do autor Karl Valentin, cantaram-se os parabéns ao Teatro das Beiras. O concerto dos Lavoisier, uma banda de música pop popular portuguesa, apresentou ao seu público um conceito diferente. Composta por Patrícia Relvas (voz) e Roberto Afonso (voz e guitarra), o projeto começou há cerca de três anos, quando a dupla saiu de Portugal e se instalou em Berlim. Uma vez em Berlim, a vontade de criar um projeto musical era muita, mas não sabiam ainda muito bem o que tocar ou qual a abordagem a tomar – um “problema de identidade” como lhe chamou Patrícia Relvas. Uma vez longe de casa, a dupla sentiu necessidade de saber mais sobre o seu país, sobre as suas origens, as suas raízes, o que define os portugueses enquanto povo. Foi através de uma edição do “Povo que canta”, uma compilação de livros e DVD, uma recolha do etnólogo Michel Giacometti de episódios de um programa transmitido na RTP entre 1970 a 1 974 que o interesse e a investigação cresceram. O projeto Lavoisier não vê a música como uma questão de individualidade, mas com sentido pleno e consciência da realidade em que se vive, influencia-se no mundo de sensações que o mundo lhe traz. Nas palavras de Roberto Afonso, é “um reflexo artístico das nossas histórias de vida”. Há um ano em Portugal, a banda ainda está em processo de conquista do público português. Durante a sua estadia em Berlim, a música foi bem recebida. Devido à barreira linguística, tentavam dar uma outra musicalidade às palavras, o que em Portugal não acontece e por isso, o projeto ganha “uma outra dimensão porque as músicas fazem parte do imaginário português”, afirmou Patrícia Relvas. O ambiente do concerto no Teatro das Beiras não podia ter sido melhor, segundo a banda. O auditório estava cheio, com cerca de 70 pessoas, e durante todo o espetáculo o público fez silêncio e concentrou-se em ouvir os Lavoisier. João Ferreira, um dos espectadores do concerto, já há algum tempo que ansiava ver a banda ao vivo e este concerto não o desiludiu: “o ambiente era acolhedor e propicio para um concerto mais intimista”. Acerca da história da banda e de como tudo começou, João Ferreira diz ainda que “às vezes as pessoas tem que sentir falta ou estar longe daquilo que é nosso para começar a dar valor às coisas boas que temos, e eles são a prova disso”. Uma das músicas que mais causou impacto no público foi o “Acordai!” de Fernando Lopes Graça, uma das inspirações da banda. O nome Lavoisier surgiu do conceito de transformação que é o que a dupla faz aos temas que canta: readapta e transforma. Identificaram-se com Antoine Laurent de Lavoisier, o químico francês que proferiu a célebre frase “Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” e surgiu assim, o nome da banda: Lavoisier. |
Palavras-chave/Tags:
Artigos relacionados:
GeoURBI:
|