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A aproximação dos mundos pela literatura
Amanda Barbosa (Univ. Federal de Juiz de Fora) e Gabriela Helena (Univ. Federal de Juiz de Fora) · quarta, 25 de novembro de 2015 · Cultura A Comunidade de Leitores busca discutir e apresentar autores africanos e debater sobre as diferentes visões espalhadas pelos continentes. |
Algumas das obras apresentadas no encontro |
21975 visitas No passado sábado, dia 21, a Comunidade de Leitores juntou-se no Teatro das Beiras para discutir obras e autores moçambicanos dentro da programação do Festival Y. O encontro reuniu professoras da região e iniciou-se com a dinâmica "poesia de olhos vendados". A proposta foi que os participantes tapassem seus olhos enquanto eram lidos trechos de obras como "O Alegre Canto da Perdiz", de Paulina Chiziane. A venda era para que os ouvintes esquecessem o que acontecia ao redor, se concentrassem e se aproximassem da narração. Diversos autores moçambicanos foram citados, porém o de maior destaque foi Mia Couto. O autor que leva em si a sensibilidade e a sutileza das palavras é um dos mais conhecidos mundialmente e tem o livro "Terra Sonâmbula" considerado com um dos doze melhores romances da África do século XX. Os autores Ungulani Ba Ka Khosa e Paulina Chiziane também foram mencionados e geraram debates sobre a figura da mulher e as diferenças de linguagens masculinas e femininas. Enquanto a mulher escreve com mais sensibilidade e com mais riqueza de detalhes, os homens representam na escrita o caráter guerreiro. Uma das organizadoras da Comunidade de Leitores é Teresa Correia, que ressalta a importância da aproximação dos países lusófonos africanos: "é importante conhecer o mundo, principalmente quando ele fala nossa língua". Uma das participantes do evento foi a moçambicana Margarida Ferreira, que é professora de Português do 5° e 6° ano e sempre tenta incluir a literatura africana em suas aulas. "Eu arranjo tempo e maneira de introduzir essa literatura nas aulas. Elas não fazem do programa, mas eu consigo que façam", conta Margarida. O evento é realizado no contexto africano graças à Década Internacional dos Afrodescendentes (2015-2024), proclamada pela ONU. De acordo com Silvia Ferreira, integrante da Associação de Artes Performativas Quarta Parede que realiza o Festival Y, é importante "trabalhar os temas que tem interesse a nível global pensando neles de forma a refletirmos sobre". A próxima Comunidade de Leitores será realizada no dia 19 de dezembro e tratará sobre autores angolanos. Já o Festival Y continuará sua programação, com apresentações teatrais, música e cinema. |
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