Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Por detrás das luzes
Sara Atenor e Isabel Leite e José Pedro Barata e Filipa Carvalho Ribeiro · quarta, 30 de mar?o de 2016 · UBI Começa no próximo dia 5 de abril a Semana Académica 2016 da UBI. Quando falta menos de uma semana para aquela que é uma das principais festas dos ubianos, recordemos a última receção ao caloiro e todo o trabalho que é feito por alguns, para que outros se possam divertir. |
Cartaz Receção ao Caloiro 2015 |
22002 visitas Dez de outubro, faltam exatamente sete dias para tudo acontecer. O assunto é sempre o mesmo, a ansiedade toma conta de todos os estudantes ubianos. A Receção ao Caloiro está a chegar. Ninguém sabe mas as portas da Anil já estão abertas, o trabalho já começou. Reuniões, que vêm de há meses atrás, são agora ultimadas. A semana que antecede o acontecimento é de calma para uns mas em contrapartida é a semana de maior azáfama para outros, os membros da Associação Académica. Dezassete são eles. Francisca, a presidente, não tem mãos a medir para tudo o que é necessário preparar. As manhãs, as tardes, e as noites não existem e as horas não se contam. O grande objetivo é que no último segundo antes de abrir as portas, tudo esteja igual ao esboço gráfico e aos vários documentos que estão na sala da sede da Associação Académica. Entre quatro paredes tudo se debate: estão aqui todos os segredos e os mistérios que vão ser desvendados pouco a pouco. Encontrar soluções para colmatar as falhas que aconteceram no ano anterior, para que no presente ano tudo seja perfeito. O preço dos artistas e a sua disponibilidade levam a uma lista infinita de vários telefonemas. Somar, subtrair, multiplicar e dividir é assim que é feito para reservar a quantidade de bebidas que chegam ao recinto. A segurança é pensada com uma minúcia digna de registo: a reserva do palco e da empresa de produção são das primeiras coisas a ser realizadas para que nada falte aos artistas que vão pisar as tábuas. Reservar contentores e tendas para a semana toda, contactar empresas que vão ficar no exterior para que na hora ideal a comida não falte, organizar os horários e falar com a empresa de autocarros para fazer o percurso até ao recinto da Anil, são cuidados a ter em conta pela AAUBI. As surpresas que irão acontecer são escritas e apenas do conhecimento da organização. Os meios de comunicação que irão fazer a cobertura de todos os eventos que constam do programa, também são assuntos que requerem o cuidado esdrúxulo da Associação Académica. Tudo acontece a uma velocidade vertiginosa para que não desiluda todos aqueles que estão a prerparar-se para a grande Receção ao Caloiro de 2015. Este ano tem de ser diferente, até mesmo o início de tudo. Começa então com uma iniciativa que visa sobretudo destacar as artes da universidade. Art’Ubi é o nome do evento que decorre neste primeiro dia (17, sábado) no Sporting Shopping Center, desfiles, atuações e bancas com livros são os principais destaques, porém para que se chegasse a este ponto foram necessários preparativos, o curso de moda organiza o desfile cujas roupas foram confecionadas pelos seus estudantes. Nos bastidores a correria é evidente, entre vestir roupa e tirar maquilhagem os segundos são escassos pra chegarem à porta que dá acesso à passerelle. A partir daí tudo corre como esperado. Encerra-se o desfile e nos corredores já se ouve o aquecimento e afinação de vozes e instrumentos das Tunas Académicas da Universidade (a Encantatuna, As Moçoilas e a Desertuna). Atuações com imprevistos mas que no fim de contas entretêm e divertem o público que assiste. Do lado de fora, é a vez dos estudantes de Erasmus fazerem o seu trabalho, barracas com comida, bandeiras e fotografias dos seus países de origem fazem as delícias de quem se dirige lá com interesse. Cerca de cinco membros da AAUBI ficam encarregues que tudo aconteça como previsto. Os restantes integrantes da associação estão na Anil, onde o palco e barracas dos núcleos são montados. Tudo está a correr como planeado, até que no domingo, dia de Serenata, o tempo instala a confusão entre a organização. A chuva e vento forte impossibilita que o evento decorra no Calvário, pois dada a situação as barracas e equipamentos de som não poderão ficar ao ar livre. Este ano tudo está a ser diferente, até a própria serenata que decorrerá pela primeira vez no armazém do Sineiro. Um comunicado gera reclamações e protestos dos estudantes para com a AAUBI, porém o balanço é positivo. Durante este fim-de-semana estão a ser montadas as barracas de comida, a tenda alternativa e a tenda da Cruz Vermelha, na parte exterior da Anil. Entre correrias e mais correrias, faltam menos de 24h para a abertura das portas da Anil, a noite em que tudo é revisado. Dez da manhã, dia 19, o Staff e organização estão prontos para receber os barris e a bebida que irão abastecer as barracas para o Arraial da Cerveja, dia em que esta está a 20 cêntimos. Na mesma manhã chegam à Anil 9100 litros de cerveja, 780 garrafas de sumo, 15 barris de sangria, 800 garrafas de bebida branca, 1200 garrafas de RedBull. Sendo que a reposição das bebidas é feita ao longo da semana. 15:00h, a banda anfitriã Sons do Minho e o residente Vergílio Faleiro chegam à Anil para fazer o sound-check. A banda do Norte, caracterizada pela sua boa disposição em palco, aproveita as horas que antecedem o concerto, para conhecer a cidade e conviver com fãs. Cai a noite, e a corrida para as bilheteiras surge de imediato, são esgotadas 1700 pulseiras. 23:00h, a fila sem fim das bilheteiras inverte-se agora para o lado oposto, a entrada principal onde quatro seguranças se certificam que nada ilegal entre no recinto, milhares de garrafas são abandonadas à porta, e qualquer tipo de objeto que faz tocar o detetor de metais também não passa para o interior. Ao entrar na Anil, o local montado para as fotografias é paragem obrigatória para os ubianos, que está a cargo de João Pedro Jesus e da sua equipa. Simultaneamente, o catering certifica-se que a comida e a bebida não faltam nos camarins dos artistas. Vergílio Faleiro é o primeiro a subir a palco e os Sons do Minho aproveitam para aquecer e entrar. Na transição dos artistas, o palco sofre uma remodelação, arrumam-se os equipamentos do primeiro artista para a montagem dos instrumentos do seguinte. 4 da manhã, e um lago de cerveja está formado no chão da Anil, as barracas continuam a vender as bebidas a uma velocidade inexplicável. Chega a hora de fechar o recinto e gradualmente o silêncio instala-se, enquanto uns vão para casa outros fazem a caixa do dia. Neste momento são precisas galochas para circular no recinto interior que está inundado por cerveja, copos e até alguns objetos que os mais esquecidos deixaram. Este parece um dia infindável para a organização, longas horas de trabalho se avizinham. 12:00h, altura de ir dormir as poucas horas que se consegue para daí a pouco voltar ao trabalho. Terça-Feira, dia em que o curso de Desing de Moda volta a pôr as mãos à obra, pela primeira vez o desfile da Miss e Mister UBI é organizado pelo curso. Todos aqueles que possuem o Título de Miss e Mister de curso, têm de se apresentar na Anil às 15h da tarde para o ensaio e prova de roupas. O jantar é oferecido pela AAUBI a todos os participantes. A apresentadora do desfile, Carolina Torres chega diretamente de Lisboa aos camarins da Anil e enquanto petisca e vê o guião, prepara-se para subir a palco. Mais tarde, sobe a palco o seu parceiro e tão conhecido Rui Unas. A noite é encerrada, com a habitual atuação dos dj’s. 5:00h, a Anil está quase vazia. Todos querem descansar para um dos dias mais aguardados, a Latada. É dia de trabalho para todos, superiores e caloiros ultimam os detalhes para que nada falhe perante o implacável júri do desfile. 14:30h, o arco da UBI marca o início. Está tudo a postos para começar, júris, carros, praxantes, caloiros e bebida. As ruas enchem-se de gente curiosa que quer desfrutar do desfile. A segurança e cuidados de saúde estão espalhados pelas ruas de modo a socorrer qualquer contratempo, entre gritos, alegrias e choros a latada é uma vez mais, um grande sucesso. Em último vai um carro que não pertence à listagem de curso, o carro de limpeza. Porém nem todos participam na latada, alguns membros da organização fazem nesse entretanto o sound-check com as tunas académicas que são os artistas da noite. A Anil está de ressaca, o recinto está a meio gás, porém este não é um empecilho para que haja diversão. 5:00h os resistentes ainda não querem sair o que faz com que as portas encerrem à hora habitual (6:00h). Quinta-feira, a Covilhã está desgastada e “suja” pela má disposição que o álcool causou. Durante a tarde enquanto alguns curam a dita má disposição, os elementos da banda vinda de Lisboa, Diabo na Cruz, chegam à cidade neve, onde começam por fazer o tradicional sound-check, e regressam à anil por volta das 22:30h sendo que só atuam pelas 1:30h. Após a atuação de Cavendish os Diabo na Cruz juntam-se à entrada do palco, unem-se por 5 segundos e sobem, para dar mais vida ao pavilhão que esta quase lotada. Enquanto os dj´s atuam, são várias as entrevistas a que Manel Cruz responde enquanto a restante banda descansa no camarim. Pouco tempo após as entrevistas a banda deixa a anil satisfeita pelo trabalho e pelo excelente desempenho do público. “ O pessoal universitário é o nosso público principal, sabem sempre as músicas e é entusiasmante”, afirma o vocalista da banda. Seis da manhã, a Anil fica vazia. Na tarde desse dia foi feito um comunicado. O artista esperado para sexta-feira, por motivos profissionais, não poderá comparecer, o palco será preenchido pelos HMB e não pelo artista inicial Agir. Durante a manhã de sexta-feira fez-se a limpeza de rotina que estava a cargo de uma equipa responsável da Anil durante o ano. São 15h00, a equipa técnica volta a realizar os vários sound-check. Enquanto isso os membros da organização reúnem-se com os seguranças e preparam-se para guiar os artistas até ao hotel. Mais tarde, às 23:30h chega a carrinha que transporta a banda da noite, os HMB. Chegados ao local, estes preparam-se para dar entrevistas aos órgãos de comunicação que cobrem o evento. O produtor da banda está atento ao concerto anterior e conta os minutos que faltam para a sua banda entrar. Faltam 2 minutos para a atuação, uma espécie de ritual é feito por todos. Estão prontos para começar. Enquanto os estudantes aproveitam o concerto, há trabalho na parte de trás. A produção está sempre atenta para resolver qualquer tipo de falha. Na carrinha de edição de fotos e vídeos, situada ao lado do palco, são escolhidas as imagens do concerto a decorrer para serem transmitidas nos ecrãs principais. Minutos antes da banda principal sair de palco, começam os preparativos e montagem da bancada do DJ que atuará de seguida. Os HMB terminam a atuação, no meio de aplausos e assobios, a banda sai do palco, as luzes apagam-se e a atenção é chamada para os ecrãs com a passagem dos diários dos dias anteriores. Arrumam-se instrumentos e pertences. O palco dos dj’s é montado e uma tela cai sobre o palco. Começa a atuação. 5:00 horas da manhã, os estudantes vão abandonando gradualmente a Anil e sentam-se à porta, junto da paragem à espera do autocarro. Muitas são as histórias que o motorista do autocarro vive, desde as inúmeras rotundas feitas e refeitas até aos berros e hinos de curso que são caraterísticos no transporte durante uma receção ou uma semana académica. As luzes da cidade apagam-se e tudo está tranquilo e preparado para aquele que será o último dia desta louca semana. Sábado. O dia que para AAUBI é sinal de trabalho. Os artistas mais esperados do cartaz são Diogo Piçarra e D.A.M.A. Bilhetes esgotados e expetativas em alta. 22h30. A carrinha com o nome da banda principal transporta apenas a parte técnica pois os artistas chegam em carros particulares de forma a desviarem as atenções. Chega Diogo Piçarra, todos os elementos que o acompanham instalam-se no camarim. O manager trata das entrevistas que serão feitas após o concerto. O cantor tira um momento de concentração para si e prepara-se para entrar em palco. O show começa. O trabalho continua atrás. É montado um tolde de Diogo Piçarra para a habitual sessão de fotos e autógrafos que o artista faz questão de realizar em cada atuação. A música final de Diogo Piçarra é o passaporte de entrada para os D.A.M.A. Ouve-se o grito de guerra e a banda dá continuidade ao espetáculo. Enquanto os artistas vão pernoitar no Hotel, a Anil esvazia-se de estudantes e a AAUBI prepara-se para o trabalho final. 7:30h, os artistas vão tomar o pequeno-almoço no hotel Tryp Dona Maria II. Na Anil continuam as arrumações e limpeza do pavilhão, os núcleos fazem fila para pagarem as bebidas compradas e o aluguer da barraca ao longo da semana. O palco é desmontado pelas equipas técnicas e a organização colmata as ultimas arrumações. 20h00 da noite, fim do dia para a organização. O espetáculo acabou, a cortina abre-se e reconhece-se o trabalho e dedicação de todos aqueles que contribuíram para que esta fosse uma semana inesquecível. |
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