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"Na UBI vivi os melhores anos da minha vida"
Rafael Mangana · quarta, 22 de mar?o de 2017 · @@y8Xxv No mundo do futebol é conhecido por Tarantini. Em 2001, a Covilhã cruzou-se-lhe no caminho e ainda hoje, passados 16 anos, confessa que foi na cidade e na UBI que passou os melhores anos da sua vida. Ricardo Monteiro licenciou-se em Ciências do Desporto, regressando mais tarde para fazer o Mestrado, que concluiu em 2014, ferramentas que fez questão de adquirir para continuar a ter sucesso depois dos relvados. |
Ricardo Monteiro |
22043 visitas Urbi et Orbi: Porquê Ciências do Desporto e porquê na UBI? Ricardo Monteiro: Sinceramente a UBI não era a minha primeira opção. Depois de entrar, tive ainda a possibilidade de mudar para a minha primeira opção, mas gostei tanto da cidade, do ambiente universitário e do conceito do curso, que decidi ficar. Muitas das vezes quando o plano sai completamente ao contrario, não é necessariamente mau, apenas diferente. As oportunidades estão onde menos se espera, e a Covilhã deu-me isso. Conheço poucas pessoas que vão para a Covilhã, para a UBI e que depois de conhecer não queiram ficar. Isto é um indicador positivo, que a Universidade deveria apostar mais naqueles que já foram alunos e podem passar a mensagem para aqueles que não conhecem nem esperam encontrar algo diferente e positivo tão longe dos centros urbanos.
U@O: Valeu a pena a experiência? RM: Foram os melhores anos da minha vida. Aconteceu tanta coisa boa que irá ficar marcada para o resto da minha vida. Entre muitas outras, concluí a minha formação académica, conheci a minha esposa e consegui tornar-me jogador profissional de futebol.
U@O: O que recorda dos tempos da UBI e da Covilhã? RM: São muitos os momentos que recordo. Os momentos de divertimento, desde jantares, de sair à noite a pé sem qualquer tipo de preocupação com a segurança, das subidas à serra, o momento do choro aquando do som da “despedida”, momentos bons e menos bons de estudo. Mas sem dúvida que os momentos não têm o mesmo significado sem as pessoas. E essas ficam para a vida, mesmo quando a vida nos coloca fisicamente longe.
U@O: É um futebolista profissional. Como é que foi conciliando a vida exigente de um profissional de futebol, com a vida académica? RM: É muito difícil, mas não é impossível. É necessário querer muito e estar muito comprometido com as coisas. Uma gestão do tempo eficaz, mas acima de tudo ter ao nosso lado pessoas (treinadores/professores/amigos/família) que compreendam o que estamos a fazer, e sem elas é tudo mais difícil. Tive de fazer muitas escolhas em prol de duas carreiras. Escolhas muito difíceis para um miúdo com 17 anos, que acaba de sair de casa dos pais e pode fazer tudo o que quer. Foi difícil ver os meus amigos sair para a noite e eu ter (por opção) que ficar em casa. Hoje vejo que tomei as melhores decisões.
U@O: Regressou, mais tarde, para fazer o Mestrado também na UBI. Porque é que sentiu essa necessidade? RM: Foi um voltar diferente. Voltei mais porque há pessoas que nos marcam e sentimos a importância de trabalhar com elas. O professor Bruno Travassos foi uma das razões. Continuamos a trabalhar juntos.
U@O: Há um estereótipo em torno dos jogadores de futebol relativamente aos estudos. Pensa que, tal como outros jogadores, poderá servir de exemplo para que outros colegas avancem nos estudos e possam ter mais possibilidades no final das carreiras? RM: É nesse sentido que construí um projeto. Este é um problema real. Existe uma ilusão à volta do futebol, que todos vão conseguir chegar ao topo. E isso é mentira. A não construção de um plano B (que pode ser uma formação/qualificação) poderá colocar em causa a qualidade de vida da pessoa e da sua família. É sem dúvida um alerta de alguém que conhece bem a vertente profissional de uma carreira futebolística.
U@O: E no seu caso, o que pensa fazer depois de terminar a carreira como futebolista? RM: Não sei o que irei fazer, mas desde sempre me preparei para o dia que deixasse de jogar futebol. Sempre acreditei que deixar em aberto vários caminhos era uma boa solução.
U@O: Daquilo que conhece da área, e se se dirigisse a um atual aluno de Ciências do Desporto, que conselhos lhe deixaria para ter sucesso? RM: Que a melhor forma de ter sucesso é ser competente, ser bom no que se faz e isso requer bom e muito trabalho.
Perfil: Nome: Ricardo Monteiro Naturalidade: Baião Curso: Ciências do Desporto Ano de entrada na UBI: 2001 Filme preferido: “Condenados de Shawshank” Livro preferido: “Faz Acontecer”, de André Leonardo Hobbies: Cinema |
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