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"Uma vez ubiano, para sempre ubiano"
Rafael Mangana · quarta, 29 de novembro de 2017 · @@y8Xxv Entrou na UBI em 1988 para cumprir o sonho de se licenciar em Engenharia Têxtil, área pela qual mantém a paixão, agora na vertente de formador. Alexandre Soares é, atualmente, o presidente da Associação de Antigos Alunos da UBI, função que desempenha para transmitir o que é a UBI, o que é estudar na instituição e o sentimento de se ser ubiano. |
Alexandre Soares |
22003 visitas Urbi et Orbi: Porquê Engenharia Têxtil e porquê na UBI? Alexandre Soares: Engenharia Têxtil não foi uma escolha tão direta, vem já de quando era o Ensino Secundário. Eu sempre gostei de máquinas, de motores, dessas coisas todas, então quando andava na secundária, na Escola Campos Melo, no 9º ano fui colocado numa turma do curso de Têxtil e, ou por sorte ou por destino, tive professores nesse ano que me ensinaram a gostar do têxtil e então o têxtil continuou para a vida. Acabei o secundário, fui para a universidade, não entrei diretamente em Têxtil por causa de algumas décimas na nota na candidatura, mas depois consegui a mudança de curso no ano seguinte e tenho seguido sempre o têxtil. Já estive na indústria, neste momento estou na parte da formação profissional, a formar técnicos para a indústria têxtil, que também são necessários.
U@O: O que recorda dos tempos da UBI? AS: Recordo muita coisa, muitos momentos bons essencialmente, muitos amigos que se fez e que continuo com eles ao longo da vida, todo o espírito que era no meu tempo, que éramos poucos. Éramos cerca de dois mil, o espírito que havia entre todos os alunos de toda a universidade, todos os diferentes cursos, estávamos sempre quase todos juntos, existia apenas o Polo I, estávamos ali todos, toda a gente se conhecia, toda a gente se encontrava à noite, os cursos não eram ilhas, todos interagiam com os outros cursos, era uma comunidade dentro da comunidade da Covilhã.
U@O: Atualmente é presidente da Associação de Antigos Alunos da UBI (AUBI), uma associação que, se calhar, acaba por ser muito importante para fazer esta ponte com o passado e com o presente... AS: Exato. Um dos objetivos da associação é manter a ligação aos alunos que passaram pela universidade e continuarem, digamos, com um “cordão umbilical” para os ligar à casa que ainda hoje existe, é a nossa casa e será sempre. Por muitas ou poucas dificuldades que nós tenhamos passado no percurso universitário, continua a há-de continuar sempre a ser a nossa casa, por isso é que também um dos motes que existe é “uma vez ubiano, para sempre ubiano”. É este o sentimento de quem sai, é uma escola, é uma casa que está inserida num meio pequeno, o que é bom porque dá para as pessoas se conhecerem, para conviverem. É mais fácil do que se estivéssemos, por exemplo, esta casa em Lisboa ou no Porto, num grande meio, em que é mais difícil integrar-se na comunidade. A Covilhã acho que é uma das vantagens que oferece, enquanto universidade, é um meio familiar e onde há um acolhimento e uma integração saudável.
U@O: E que atividades têm promovido enquanto associação de antigos alunos? AS: Um trabalho que nós fazemos e que começámos este ano a fazer com o Gabinete de Relações Públicas da Universidade que é o trabalho da promoção da UBI nas escolas. Nós achámos que os candidatos ao Ensino Superior também lhes seria útil ter uma perspetiva de o que é o pós-universidade, de onde é que podem chegar e então desde este ano que a Associação está presente em alguns certames em que a universidade está e em que faz essa mesma passagem para o que é que há após a universidade, porque não é só tirar um curso universitário, a universidade não é só para tirar um curso universitário, também deve formar pessoas enquanto seres humanos e depois os alunos devem perceber o que é o curso e nós estamos ali para lhe dizer onde é que pode chegar se seguir determinado curso e pode chegar a qualquer parte do mundo. Hoje em dia temos licenciados pela universidade nos quatro cantos do mundo, basicamente é isso.
U@O: Como tem sido o seu percurso profissional? AS: Quando acabei o meu curso ingressei na indústria, estive alguns anos na indústria, gosto muito da experiência de trabalhar dentro da empresa, de lidar com outras pessoas, tem-se outras vivências. É um desafio, porque tem-se sempre o stress dos prazos e das coisas todas que é necessário cumprir. Depois disso, fizeram-me o desafio da formação e eu migrei para a formação e desde há muitos anos faço muita formação profissional, tanto em indústria, nas empresas, como em centros de formação de técnicos para a indústria têxtil aqui da região.
U@O: Que conselhos poderia deixar para um atual aluno para ter sucesso nesta área? AS: No geral, um aluno universitário para ter sucesso, a primeira coisa que tem que fazer é pensar que a universidade não é só para tirar um curso, tem que se entender também como um percurso de valorização e de construção enquanto ser humano e enquanto pessoa inserida em sociedade, porque só tendo esses valores é que depois efetivamente tem condições de maior sucesso no mercado de trabalho. Isto é a minha opinião e provavelmente estou em desacordo com muita gente, mas penso que quem for para a universidade só para tirar um curso e não viver aqueles anos de juventude terá dificuldades em lidar com outras pessoas no mercado de trabalho, com colegas de trabalho, superiores, mesmo pessoas que tenham a responsabilidade sobre si, terão alguma dificuldade nisso e é muito importante na universidade esse percurso de construção enquanto ser humano.
Perfil: Nome: Alexandre Soares Naturalidade: Covilhã Curso: Engenharia Têxtil Ano de Entrada na UBI: 1988 Filme preferido: “A Lista de Schindler” Livro preferido: “O Principezinho”, de Antoine de Saint-Exupéry Hobbies: Ouvir música, voluntariado, cultivar as amizades
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