Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
"Não deixem que um 'não' vos feche a porta para os vossos sonhos"
Rafael Mangana · quarta, 13 de dezembro de 2017 · @@y8Xxv Entrou na UBI em 2004 pela porta do curso de Estudos Portugueses e Espanhóis, mas acabou por seguir para Estudos Portugueses e Lusófonos, seguindo-se uma aventura pelo Reino Unido, que se mantém até hoje. Tendo completado a sua formação em Inglaterra, Paulo Pepe está hoje na Irlanda do Norte, onde é professor e um investigador de sucesso. |
Paulo Pepe |
22058 visitas Urbi et Orbi: Porquê Estudos Portugueses e Lusófonos e porquê na UBI? Paulo Pepe: Entrei em Estudos Portugueses e Espanhóis na UBI como primeira opção. No entanto, decidi depois mudar de curso para Estudos Portugueses e Lusófonos. Inicialmente, optei pela UBI por ser natural da Covilhã, e também devido ao curso de Português e Espanhol. A UBI era uma das poucas instituições que oferecia o curso e na altura havia muita procura.
U@O: Valeu a pena? PP: Absolutamente. Se não tivesse ido para a UBI, conhecido as pessoas que conheci, feito o percurso académico que fiz, hoje a minha vida seria totalmente diferente. Quando estava a terminar a minha licenciatura, recebi apoio de muitos amigos e de uma professora em especial, a professora Ângela Prestes, por quem tenho um grande carinho, e com quem ainda hoje mantenho contacto. Além do mais, a licenciatura que eu tirei na UBI deu-me algumas bases essenciais para o meu desenvolvimento académico aqui no estrangeiro. Tenho muito orgulho em ter iniciado o meu percurso na UBI.
U@O: O que recorda dos tempos da UBI? PP: Tenho muitas lembranças boas dos meus tempos na UBI. Diverti-me imenso e aprendi muito. Saía muitas vezes à noite e tinha muitos jantares de curso e com amigos, e como consequência faltava algumas vezes às aulas, sobretudo no meu primeiro ano. Conheci muitas pessoas e fiz muitos amigos que ficaram para toda a vida. Ainda hoje conversamos e encontramo-nos regularmente. Lembramo-nos sempre dos momentos que passamos juntos na UBI e recordamo-nos destes tempos com muito carinho. Foi sem dúvida uma experiência única. Quando hoje em dia ouço os meus alunos a queixaram-se da universidade, penso que eles ainda não deram conta do quão importante e positiva é esta fase da vida deles.
U@O: O que sente que a UBI tem de diferente e que pode ser vantajoso para um aluno que aqui estude? PP: A UBI oferece muitas oportunidades, tanto académicas como sociais e culturais. É uma universidade bastante acolhedora e ao situar-se na Covilhã oferece as vantagens de uma cidade, mas ao mesmo tempo preserva o sentido de companheirismo e convívio propício a que se conheçam novas pessoas e se façam novas amizades.
U@O: Como tem sido o seu percurso profissional desde que se formou na UBI até hoje? PP: Posso dizer que foi um percurso longo e, por vezes, difícil. Quando cheguei ao Reino Unido em 2008, comecei por trabalhar fora da área e também me inscrevi num curso de inglês, uma vez que o meu nível de inglês era apenas conversacional. Em 2009, iniciei o meu mestrado em Estudos Culturais Portugueses, Espanhóis e da América Latina no Birbeck College, University of London. Em 2012, iniciei depois o meu doutoramento na University of Nottingham em Estudos Portugueses e Lusófonos sob a supervisão dos professores Mark Sabine e Rui Miranda. Em 2015, alguns meses antes de concluir o meu doutoramento, surgiu a oportunidade de trabalhar na University of Birmingham como Professor Auxiliar e Coordenador de Estudos Portugueses e Lusófonos e também como diretor da Catédra de Gil Vicente, em colaboração com o Instituto de Camões. Atualmente, sou Professor Auxiliar em Estudos Portugueses e Lusófonos na Queen’s University Belfast e acabei de publicar o meu primeiro livro com a Chiado Editora intitulado “Do Pop ao Teatro de Rua: Revoluções Ibéricas de Género em António Variações e José Pérez Ocaña”. Tenho também publicado vários artigos e tenho participado em várias conferências internacionais e nacionais nas minhas áreas de especialização. U@O: Optou pelo Reino Unido. Como surgiu a oportunidade? PP: Na altura, com a crise económica que Portugal estava a passar e também por motivos pessoais, pensei que seria melhor para mim sair um pouco do país. Antes de terminar a minha licenciatura em 2008, vim a Londres de férias e gostei tanto da cidade, que decidi mudar-me para cá. Na altura, ainda era jovem e não tinha muito a perder, uma vez que ainda estava a começar a minha vida profissional. Não tinha a mesma maturidade que tenho hoje. Não tinha qualquer tipo de plano, nem sequer emprego, nem casa. Não conhecia ninguém aqui, apenas tinha um amigo que também estava a vir para o Reino Unido na altura, e decidimos arriscar os dois.
U@O: Sente que a ida para o estrangeiro foi determinante para vingar profissionalmente? PP: Foi, sem dúvida. Licenciei-me em estudos Portugueses e Lusófonos e como Portugal estava a passar por um período de crise, e eu não tinha muitas perspetivas de trabalho na altura, decidi vir para o Reino Unido. No entanto, devo confessar que sinto por muitas vezes saudades do meu país, dos meus amigos e da minha família. Contudo, o Reino Unido providenciou-me oportunidades incríveis. A minha vinda para o Reino Unido também me ajudou imenso na minha formação não só enquanto académico, mas também enquanto pessoa.
U@O: Que conselhos deixaria a um atual aluno da UBI para ter sucesso? PP: Aproveitem ao máximo o vosso tempo na UBI, mas sejam também responsáveis. Há tempo para tudo, só precisam de organizar bem o vosso tempo! Por fim, não tenham medo de arriscar, porque a vida pode sempre surpreender-vos. Lutem sempre por aquilo que vocês queiram e não deixem que um "não" vos feche a porta para os vossos sonhos.
Perfil: Nome: Paulo Pepe Naturalidade: Covilhã Curso: Estudos Portugueses e Lusófonos Ano de Entrada na UBI: 2004 Filme preferido: "Crash" Livro preferido: "Sinais de Fogo", de Jorge de Sena Hobbies: Ler, ir ao cinema, ouvir música. |
Palavras-chave/Tags:
Artigos relacionados:
GeoURBI:
|