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"O carácter do aluno da UBI pode ser diferenciador"
Rafael Mangana · quarta, 13 de junho de 2018 · UBI Natural de Castelo Branco, a UBI não era a sua primeira escolha e a adaptação não foi fácil, mas acabou por se ambientar à cidade e à universidade e após concluir o curso de Língua e Cultura Portuguesas acabou mesmo por ganhar raízes na Covilhã. Depois de uma especialização em Biblioteconomia e de várias experiências profissionais por vários pontos do país, é hoje sub-diretor geral da Direção Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas. |
Luís Santos |
21993 visitas Urbi et Orbi: Porquê Língua e Cultura Portuguesas e porquê na UBI? Luís Santos: Não foi a minha primeira opção, tive algumas dificuldades de adaptação, era a fase de sair de casa, adaptar-me a uma realidade completamente diferente, ao clima, a uma nova orografia. A verdade é que nos vamos habituando e vamos começando a perceber as diferenças ou os diferentes segmentos que as cidades nos podem oferecer. Foi um circuito de habituação e hoje é a cidade que defendo e é importante que os antigos alunos, os ubianos, façam a defesa da universidade e deste território.
U@O: O que recorda dos tempos da UBI? LS: Recordo, sobretudo, o ganho de independência e maturidade pessoal. Cresci aqui como adulto e as bases para todo um percurso profissional foram criadas aqui nas aulas, no convívio com os colegas, no convívio com a própria cidade. Recordo uma cidade que também ela própria se foi virando para o aluno e eu acompanhei isso durante esses quatro anos.
U@O: Como tem visto o crescimento da UBI? LS: A Universidade tem crescido e tem crescido nas suas diversas variantes. Quando eu entrei, em 1999, não havia tantos polos como existem hoje, não existia uma variante de alunos internacionais tão marcada como aquela que existe hoje. A cidade da Covilhã também ela se foi adaptando àquilo que é a Universidade. Hoje a UBI é a principal marca identitária da cidade da Covilhã, que deixou de ser a cidade industrial das fábricas, para passar a ser a cidade das novas tecnologias, das dinâmicas empresariais e também a cidade da Universidade. E a Universidade trouxe essa capacidade de atração de quadros. Eu por exemplo, nunca mais daqui saí, aqui tenho feito a minha vida pessoal, política e profissional. Passei a morar na Covilhã, casei na Covilhã, a minha filha já aqui nasceu e hoje, embora esteja a trabalhar em Lisboa, não há nenhum fim-de-semana em que eu não venha a esta cidade, que considero também como minha.
U@O: Como tem sido o seu percurso profissional desde que saiu da UBI? LS: Tendo como base o meu curso, especializei-me na área da Biblioteconomia e tenho andado um bocadinho por todo o país. Já estive em Alter do Chão, em Castelo Branco, em Abrantes e estou neste momento em Lisboa a coordenar a política nacional na área das bibliotecas
U@O: Que conselhos pode deixar a um aluno da UBI para vingar no mercado de trabalho? LS: Capacidade de trabalho, ética de trabalho. Hoje nada se faz, em qualquer lado, sem ética de trabalho. Quando saímos da universidade aquilo que nos indicam são as balizas do nosso caminho, mas depois temos que perceber quais são os nossos limites. E é dentro desses limites que iremos tentar construir o nosso futuro. É na universidade que crescemos intelectualmente, é aqui que nos dão as bases para o conhecimento teórico - que depois vai ser muito útil na prática -, e foi aqui que eu - e espero que muitos dos alunos - ganhei essa ética de trabalho, que é o que faz a diferença lá fora, não é o nome das universidades, nem dos professores, ou dos supostos “currículos estrela”, mas somos nós. E aquilo que eu aprendi é que as dificuldades moldam carácteres e é nesse carácter que eu acho que o aluno da UBI pode, efetivamente, ser diferenciador. É uma marca genética que qualquer aluno da UBI deve integrar dentro daquilo que é o seu perfil profissional.
Perfil: Nome: Luís Santos Naturalidade: Castelo Branco Curso: Língua e Cultura Portuguesas Ano de entrada na UBI: 1999 Filme preferido: “O discurso do rei” Livro preferido: “Mensagem”, de Fernando Pessoa Hobbies: Ler, viajar, praticar desporto
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