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"Quando vamos para uma empresa não podemos esperar que nos digam tudo"
Rafael Mangana · quarta, 26 de setembro de 2018 · UBI Entrou na UBI em 1990 para frequentar o curso de Engenharia Eletromecânica. Onze anos depois, e após adquirir experiência no mercado de trabalho, João Nuno Serra funda a sua própria empresa, onde é simultaneamente acionista maioritário e Diretor-Geral. |
João Nuno Serra |
21982 visitas Urbi et Orbi: Porquê Engenharia Eletromecânica e porquê na UBI? João Nuno Serra: Na altura foi a minha segunda opção, a primeira tinha sido Engenharia Eletrotécnica no ISEL, em Lisboa, mas depois entrei aqui e gostei do curso. Eletromecânica é um curso muito talhado para a economia portuguesa, porque dá ao aluno uma componente da Mecânica e da Eletrotécnica e depois permite que ele veja a luz ao fundo do túnel ao longo do curso e que faça a sua opção, se vai mais para mecânica ou se vai mais para a área elétrica. No meu caso, optei mais pela área elétrica. Por outro lado, é um curso que, mais do que aquilo que nos ensina, vale por aquilo que nos proporciona para continuarmos a aprender. De resto, é isto que um aluno, de uma forma geral, leva da UBI. A instituição tem um ambiente estudantil diferente das outras universidades, muito mais favorável ao trabalho em equipa, até por se inserir num meio mais pequeno.
U@O: O que recorda dos tempos da UBI? JNS: Recordo o primeiro dia em que me vim inscrever e me praxaram logo e me puseram-me a conduzir com um banco na rua principal da UBI. Logo aí eu percebi o ambiente académico que se vivia e de integração dos mais velhos para com os mais novos. Hoje há muita gente que olha para as praxes de uma forma cética - e obviamente que há praxes que não fazem sentido -, mas as praxes da UBI sempre tiveram o apanágio de integrar os novos alunos, sobretudo quem vem de fora. Essa é uma boa recordação. Depois, há muitos professores que me marcaram, como o professor Pinto Peixoto, em que eu numa oral hesito no exercício que estava a desenvolver e ele me dá dois “cachaços” e me diz: “anda lá rapaz, que tu sabes”, e aquele foi o “click” para resolver o problema. Obviamente que isto são coisas que nos marcam, porque a UBI também é feita de professores de craveira.
U@O: Como tem sido o seu percurso profissional desde que terminou o curso na UBI até aos dias de hoje? JNS: Terminei em 1996, fui trabalhar para a Delphi da Guarda, onde estive cinco anos. Era gestor de ambiente, qualidade e energia e saí por opção própria. Andei, depois, cerca de um ano e meio a fazer consultoria na área da reorganização industrial e em 2001 fundei a minha empresa, a Enforce. A partir daí foi sempre a crescer, recruta gente de todos os lados, mas fundamentalmente da UBI. Mais de 50 por cento das pessoas que temos nos quadros da Enforce formaram-se na UBI. Portanto, eu neste momento dirijo a empresa, sou simultaneamente acionista maioritário e Diretor Geral e será difícil terminar a minha vida profissional fora deste ambiente empresarial.
U@O: Que conselhos pode deixar a um aluno de Engenharia Eletromecânica da UBI para vingar nesta área? JNS: Em primeiro lugar, ser proactivo no seu dia a dia. Quando vamos para uma empresa não podemos esperar que nos digam tudo, é preciso a pessoa ser proactiva e ter iniciativa na resolução de problemas. Por outro lado, até chegar ao mundo do trabalho, é muito importante esta questão das formações e experiências extra curriculares, na medida em que dá traquejo à pessoa para poder fazer outras coisas par além daquilo que é o curso. Essa postura de proactividade ajuda a resolver metade das coisas e, perante um problema, ter a capacidade de pensar em mais do que uma solução para apresentar à pessoa a quem vai colocar o problema. Com isso, acho que tem os ingredientes perfeitos para poder vingar no mundo profissional.
Perfil: Nome: João Nuno Serra Naturalidade: Covilhã Curso: Engenharia Eletromecânica Ano de entrada na UBI: 1990 Filme preferido: “A gaiola dourada” Livro preferido: “Elon Musk: Tesla, SpaceX, and the Quest for a Fantastic Future”, de Ashlee Vance Hobbies: Fazer ski e andar de mota |
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