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Sala cheia no último dia de “Cântico Negro”
Bárbara Seixas · quarta, 20 de mar?o de 2019 · Continuado A peça produzida pelo Grupo de Teatro da Universidade da Beira Interior (TeatrUBI), que festeja este ano 30 anos de existência, e pela Associação de Teatro e Outras Artes (ASTA) deu início ao mais antigo festival de teatro universitário do país, que se prolonga até ao dia 23 de março. |
"Cântico Negro" |
21992 visitas Com o Teatro Municipal da Covilhã em obras, o 23º Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior tem este ano como palco o Auditório das Sessões Solenes do Pólo Principal da Universidade da Beira Interior (UBI). Depois da estreia no dia 14 de março e da segunda apresentação no dia 15, o espetáculo do TeatrUBI e da ASTA, “Cântico Negro”, dirigido por Rui Pires, foi apresentado na tarde do passado sábado, dia 16 de março. Numa sala cheia para assistir ao último dia de apresentação da peça, o movimento, o som e a luz foram o destaque num espetáculo interpretado por cinco jovens do TeatrUBI, que são atores e coautores da peça. “Cântico Negro” é uma peça obscura, intensa e de acordo com Rui Pires, encenador da peça, “ambígua”. O também diretor do ciclo de teatro e criador da peça prefere que o público extraia as suas conclusões sobre o espetáculo. “Prefiro que cada pessoa que assista retire a sua própria interpretação, que crie a sua própria história, de acordo com as suas vivências pessoais, as suas crenças, a sua maneira de estar na vida, aquilo que vê, aquilo que lê. É muito mais enriquecedora uma peça que permite essa leitura, que não impõe uma história, uma moral, o que normalmente o teatro convencional impõe. Mais do que contar uma história, interessa também passar sentimentos, emoções, para que cada um sinta o espetáculo como seu”, afirmou Rui Pires. Durante 60 dias, o TeatrUBI trabalhou e pensou o espetáculo, começando com base na improvisação. Depois, encenador e atores foram explorando vários textos, inclusive de Fiódor Dostoiévski, músicas, coreografias e ideias para a iluminação, que culminaram nesta peça cheia de música e movimento. O público que aplaudiu de pé no final do espetáculo mostrou-se satisfeito com aquilo que viu e sublinhou o aspeto técnico da peça. “É um trabalho muito criativo, porque para além de ir buscar referências um bocado dispersas, que vão desde Die Antwoord a uma versão do Chris Isaak, acaba por ser uma coisa muito consolidada no final e que resulta muito bem com toda a iluminação e com a coreografia”, sublinhou o docente da UBI, Tiago Fernandes. Já Elisa Bogalheiro destacou a importância destes eventos culturais e dos organizadores do ciclo de teatro, TeatrUBI e ASTA, para a cidade: “Uma sociedade sem cultura não é uma sociedade, é apenas um aglomerado de pessoas. Fico muito feliz da ASTA e do TeatrUBI poderem continuar a trazer à Covilhã este tipo de eventos. A sala estava cheia num sábado à tarde, o que é sempre um excelente sinal de que eles estão a fazer um bom trabalho”, referiu. Como ciclo de teatro mais antigo do país é, nas palavras de Rui Pires, “um privilégio, uma honra” ter este festival na Covilhã. “Espero que as autoridades locais continuem a apoiar cada vez mais, porque se calhar, não seria normal que o festival mais antigo do país fosse aqui na Covilhã, e esta tem sido uma história muito bonita que se tem vindo a construir ao longo dos anos e acho que se devia lutar para se manter”, afirmou Rui Pires. O ciclo de teatro deste ano continuará até ao final da semana, dia 23, onde irão ser apresentados mais seis espetáculos, quatro de companhias vindas de Espanha e mais duas peças portuguesas. |
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