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O Centro Comunitário é uma porta aberta, onde os mais desfavorecidos podem encontrar ajuda e compreensão


Centro Comunitário à espera de novas instalações
Contra a Pobreza,
pela qualidade de vida

Desde sempre as Portas do Sol, na zona histórica da Covilhã, constituem uma das áreas mais pobres e problemáticas da cidade. População envelhecida, casas degradadas, falta de saneamento básico, analfabetismo, desemprego, baixas qualificações escolares e profissionais, toxicodependência e alcoolismo são retalhos da sina de muitos dos seus habitantes. Mas o sol quando nasce é para todos. Desde 1997, com o Projecto de Luta contra a Pobreza, e actualmente com o dele resultante Centro Comunitário, várias são as acções desenvolvidas de modo a que este quadro se vá alterando. Porque mudar é preciso.

Desde o ensino do 1º e 2º ciclos, que conta presentemente com 36 alunos, na maioria analfabetos e jovens que abandonaram a escola, até actividades de educação extra-escolar, muitas são as actividades que é possível encontrar no Centro Comunitário. Dado que foram detectadas grandes dificuldades a nível do inglês na turma do 2º ciclo, os professores criaram ainda um curso prático audiovisual de 10 horas, para facilitar a aprendizagem.
Mas a culinária e bordados, neste momento com 30 alunos, são as áreas favoritas dos formandos, pois como refere a coordenadora do centro, Catarina Caldeira, "já tentámos outros cursos, mas não tiveram adesão". Todo o material é fornecido pelo centro, e os trabalhos ficam para quem os realiza. Gratuitos e com garantia de certificado final, estes cursos promovem também exposições, de forma a valorizar aquilo que foi aprendido.
Outra das medidas incide na distribuição de alimentos pelas famílias pobres, tendo em conta o número de elementos e o seu rendimento. Verifica-se ainda o acompanhamento dos utentes por parte de uma assistente social e equipa técnica, que pretendem apoiar os mais necessitados em termos materiais, habitacionais, psíquicos, e afectivos, entre outros. Tudo para proporcionar às pessoas uma melhor qualidade de vida, inserindo-as na sociedade e ocupando-as "de forma a que possam sentir-se úteis e valiorizadas", como sublinha Catarina Caldeira.

Espaço a menos mas casa à vista

Contudo, de acordo com a coordenadora, as actuais infra-estruturas são insuficientes relativamente à procura verificada: "Não há espaço para mais e estamos em negociações com diversas entidades para a cedência de novas instalações". A mudança, a ocorrer, permitirá não só "alargar o espaço", mas também ampliar o âmbito das actividades oferecidas e a participação do público ao qual se dirigem. Entre os projectos que a nova casa deverá albergar contam-se um centro de dia, um atelier de apoio aos tempos livres (ATL), e ajuda domiciliária a idosos.
Situado na Travessa de Sto. Agostinho, nº17 (Centro Paroquial), Portas do Sol, o Centro Comunitário desenvolve acções que abrangem as populações mais desfavorecidas da freguesia de Sta. Maria, e toda a comunidade envolvente.

Acções em continuidade

Tendo em vista a divulgação do que foi o Projecto de Luta Contra a Pobreza na zona histórica da Covilhã, espera-se, ainda este mês, o lançamento de um livro que descreve o seu percurso, juntamente com fotografias, testemunhos dos parceiros e daqueles que dele beneficiaram.
É que o Centro Comunitário não nasceu ao acaso. Reunido o equipamento social necessário ao longo de três anos, o Projecto de Luta Contra a Pobreza, extinto em 1999, criou entretanto "condições que exigiam uma continuidade". No âmbito do programa tinham sido levados a cabo "projectos relacionados com a recuperação habitacional, educação, acção social e animação cultural. Recuperaram-se 32 habitações, construíram-se balneários comunitários, e realizaram-se exposições e arraiais festivos".
Fruto de uma parceria de dez entidades, da qual a Câmara Municipal local foi a promotora, Catarina Caldeira garante que o projecto "obteve sucesso em todos os seus objectivos", razão pela qual "houve necessidade de prolongar algumas das suas acções, pois o que interessava era que o projecto não ficasse por ali, o que seria prejudicial para as pessoas já envolvidas ".

Susana Freitas
e Rita Lopes






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