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Clã e Rui Melo
incendeiam Semana Académica
POR SOFIA ANDRADE
E RODOLFO SILVA
O terceiro dia da semana
Académica foi muito animado, naquele que foi o primeiro
dos três concertos realizados no pavilhão da ANIL,
tendo como cabeça de cartaz os Clã. Antes destes
actuou a banda de Rui Melo, os incorrectamente anunciados Chafarix,
como se veio a descobrir.
Depois de uma longa espera (passava
já da 1 e meia da manhã) a banda de Rui Melo, subiu
ao palco dando início a um dos momentos mais divertidos
da noite. A actuação desta banda foi um revisitar
da música que se fez em Portugal nas últimas duas
décadas. Os temas tocados foram desde os Xutos e Pontapés
aos Ritual Tejo, passando pelos Heróis do Mar, entre outros.
A opinião geral entre a assistência era de agrado
em relação à prestação da
banda: "Gostei bastante porque, para além de divertidos,
tocaram uma série de canções que me fizeram
relembrar a minha juventude" sustentava um elemento do público
ouvido pelo Urbi.
No final do concerto, o vocalista da banda estava satisfeito
com o espectáculo da Covilhã: "Estávamos
à espera que fosse um pouco mais frio pois ninguém
nos conhece, mas correu acima das nossas expectativas porque
o pessoal aderiu."
A banda, formada à cerca de dois anos, por altura da Expo
98, congrega elementos que pertenceram a outras formações
musicais lisboetas e prepara-se agora para lançar o seu
primeiro álbum de originais: "Por enquanto vamos
continuar a tocar covers em português, mas já estamos
a trabalhar no nosso primeiro Cd com originais, que está
em fase de pré-produção. Está a correr
melhor do que estávamos à espera, mesmo em termos
de editores", revela o líder da banda, que não
quis abrir o jogo em relação às editoras
com quem está a trabalhar: "Prefiro não falar
disso, por enquanto, mas em principio há-de ser com uma
editora que nos dará aquilo que pretendemos. Achamos que
a nossa música tem um espaço, por isso precisamos
de uma editora que nos apoie."
O Império do Clã
Com o passar do tempo a assistência
estava ao rubro. Chegou então a hora da actuação
dos Clã e, mais uma vez, a música electrizante
desta banda conquistou o público covilhanense. A forma
exuberante como a vocalista do grupo se exibe em palco foi outra
das razões. O alinhamento teve por base a recente história
dos Clã , onde não faltaram os sucessos "Problema
de Expressão", "GTI" ou a música
incluída no álbum de tributo aos Xutos e Pontapés
"Conta-me Histórias", um dos temas mais aplaudidos
pelo público. Ainda assim, houve oportunidade de conhecer
algumas faixas incluídas no mais recente trabalho da banda
intitulado "Lustro", posto à venda esta semana.
Passava já das três da manhã quando o espectáculo
terminou, facto referido pela vocalista dos Clã, Manuela
Azevedo: "Foi porreiro mas foi muito tarde, até para
bem do público deveria ter sido mais cedo. Nós
já estávamos muito cansados e o público
também."
Em conversa com os jornalistas houve a oportunidade para mostrar
a satisfação da banda em relação
ao novo álbum: "Estamos a fazer concertos desde o
final de Abril e temos arriscado músicas do nosso novo
trabalho no alinhamento. As pessoas têm gostado, mesmo
sem conhecer o disco, o que nos faz ficar com boas expectativas."
Levantando um pouco o véu sobre o mesmo, a vocalista afirmou:
" O novo álbum chama-se Lustro e condensa, quer nas
letras, quer nas canções, quer nas cores, uma espécie
de luta de opostos." A produção deste novo
trabalho está a cargo de Mário Barrenhas e de Carlos
Tê, os mesmos dos álbuns anteriores: "Em equipa
que ganha não se mexe", defende Manuela Azevedo.
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